Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, II MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS EM SAÚDE UNIFAGOC

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A LIBRAS NO MEIO DA SAÚDE: a importância da ampliação da formação médica em LIBRAS nas cidades pequenas
Amanda de Almeida Carvalho, Camila Tartaglia Barp, Cristiano Andrade Quintão Coelho Rocha, Larissa Abranches Arthidoro Coelho Rocha

Última alteração: 2023-03-28

Resumo


Introdução: A implementação do aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) nos cursos voltados para a área da saúde, principalmente medicina, já é uma realidade em expansão no país. Essa conjuntura possibilita um atendimento de maior qualidade, mais humanizado e mais inclusivo, visto que, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2020, mais de 10 milhões de cidadãos brasileiros apresentam problema auditivo, dos quais 2,7 milhões possuem surdez profunda. Ainda que tais valores correspondam a uma minoria quantitativa da população total, essas referências revelam uma parcela da sociedade que necessita de um atendimento especializado no consultório médico. Ademais, infere-se que a comunidade surda, em sua maioria, negligencia os cuidados com a própria saúde devido à falta de assistência representativa. Para tal, a inclusão do aprendizado de Libras na educação médica é de suma importância, uma vez que visa aproximar o contato médico-paciente e estimular o cuidado preventivo da saúde. Tendo em vista o exposto, é necessário considerar as particularidades de cada região do território brasileiro, atentando não apenas para as variedades regionais existentes na Libras, mas também para a disponibilidade do ensino da Língua Brasileira de Sinais em determinada comunidade, buscando sempre ampliar tal acesso. Objetivo: O presente ensaio objetiva analisar o acesso da população de pequenos municípios (com até 15.000 habitantes) ao ensino da Língua Brasileira de Sinais, ressaltando a maneira que esta realidade local se projeta para o meio da saúde e visando desenvolver e aplicar mecanismos que amplifiquem e qualifiquem o contato médico-paciente para a população surda. Metodologia: O método de pesquisa se baseia na observação informal em campo nas regiões-alvo do estudo, além da revisão bibliográfica de arquivos científicos e informativos legais que discorram sobre o ensino de Libras no meio médico. Resultados e discussão: A partir de uma observação superficial em campo no município de Guiricema – MG, foi possível concluir o acesso escasso que os habitantes de pequenas cidades tem para com a Língua Brasileira de Sinais. Isso estimula a população surda local a elaborar um conjunto de sinais próprios para comunicação interfamiliar ou entre os membros do próprio ciclo social. Por não se tratar de um conjunto formal e universal de diálogo, membros da assistência à saúde pública podem não compreender a mensagem que os pacientes surdos pretendem transmitir, o que leva a um distanciamento médico-paciente e a um desestímulo do indivíduo com deficiência auditiva a procurar tais locais para auxílio, piorando sua qualidade de vida. Tal conjuntura deixa claro a negligência que o Estado tem para com essas regiões, que precisam lidar com as consequências da aplicação de baixa qualidade de políticas públicas. Conclusão: Dado o exposto, conclui-se que as condições de saúde da população surda em municípios pequenos tendem a ser prejudicadas pela ausência de uma aproximação efetiva entre o profissional da saúde e o paciente, visto que este contato é de suma importância para que o indivíduo se sinta confortável para expor seus traumas, tanto fisiológicos quanto mentais, o que garante uma assistência mais eficiente e segura. Sendo assim, é necessário implementar mecanismos de desenvolvimento e aprendizado de Libras nessas localidades, principalmente no meio da saúde, a fim de garantir uma melhoria na saúde pública local.

PALAVRAS-CHAVE:

LIBRAS; Pequenos municípios; Profissionais de saúde; Qualidade da saúde.