Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol III (2018) - n.1 - I Semana de Psicologia - FAGOC

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Relatório sobre a quantidade de pessoas presas no Brasil e Minas Gerais e sua correlação com as variáveis sócio demográficas: uma análise sobre os dados do levantamento Nacional de informações penitenciárias (INFOPEN)
Romário Machado Ferreira, Aline Joice Ribeiro, Rosilaine Moreira Gazola, Fabrícia Rodrigues Sudré Laktini, Jonathan Allysson Moreira, Bruno Feital Barbosa Motta

Última alteração: 2018-08-12

Resumo


Introdução: Prisão é a “privação de liberdade de locomoção determinada por ordem escrita da autoridade competente ou em caso de flagrante delito". A prisão é um "castigo" imposto pelo Estado ao condenado pela prática de infração penal, para que este possa se reabilitar visando restabelecer a ordem jurídica violada (CAPEZ, 2007). Segundo os dados do INFOPEN o Brasil é o quarto no ranking mundial com 726,712 mil presos. Mediante o crescimento da população carcerária no Brasil, propôs identificar através de uma pesquisa bibliográfica nos dados do INFOPEN qual a porcentagem de pessoas presas no Brasil e no Estado de MG, correlacionado com as variáveis sócio demográficas (idade, raça ou etnia, escolaridade, estado civil) e os principais motivos das prisões.

Método: Trata-se de uma metodologia qualitativa, de finalidade básica, caracterizada por referência bibliográfica de cunho explicativo. Realizado sobre o temática apresentada.

Resultado: Abaixo será apresentado as análises demográficas no Brasil e no estado de Minas Gerais.  A análise dos dados do INFOPEN permitiu compreender que sobre a Idade dos Presos no Brasil; 30% tem de 18 a 24 anos, 25% entre 25 a 29 anos, 19% em 30 a 34 anos, entre 35 a 45 anos 19%, 46 a 60 anos 7%, 61 a 70 apenas 1% e mais de 70 não foi encontrado dados. Sendo assim, 55% dos presos entre 18 a 29 anos representam 18% da população brasileira. Já a raça, cor ou etnia no Brasil podem ser quantificadas das seguintes formas; os brancos representam 46%, os negros 53%, os amarelos 1%. No que diz respeito ao sistema prisional 64% representam os negros, 35% os brancos e 1% os amarelos. Já nos sistemas prisionais em MG os dados são expressivos, sendo 71% representando os negros, 28% os brancos e 1% a amarela. Sobre a escolaridade das pessoas privadas no Brasil, 4% analfabetos, 6% analfabetos sem cursos, 51% ensino fundamental incompleto, 14% ensino fundamental completo, 15% ensino médio incompleto, 9%ensino médio completo, 1% superior incompleto. Já o nível de escolaridade das pessoas presas no Estado de MG, 3% analfabetos, 7% analfabetos sem cursos, 57% ensino fundamental incompleto, 13% ensino fundamental completo, 13% ensino médio incompleto, 6%ensino médio completo, 1% superior incompleto. O estado civil também foi correlacionado nos indivíduos presos no Brasil, sendo, 60% solteiros, 28% em união estável, 9% casado, 1% separado, 1%% divorciado e 1% viúvo. Já em MG os dados apontam que: 84% solteiros, 1% em união estável, 11% casado, 1% separado, 2%% divorciado e 1% viúvo. Sobre os motivos da prisão dos homens, os dados apontam que: 26% trafico, 2% quadrilha ou bando, 26% roubo, 12% furto, 3% receptação, 11% homicídio, 3% latrocínio, 5% desarmamento, 1% violência doméstica, 11% outros. Já as mulheres representam em números os seguintes casos: 62% trafico, 2% quadrilha ou bando, 11% roubo, 9% furto, 1% receptação, 6% homicídio, 1% latrocínio, 2% desarmamento, 6% outros.

Conclusão: O referido trabalho nos mostra que a população canceraria vem aumentando cada vez mais no Brasil, temos hoje 726.712 presos, esse número alto de detentos nos leva a outro dado 30% tem entre 18 e 24 anos, 40% encontram-se sem condenação, 64% são negros, 57% ensino fundamental incompleto e 60% das prisões é devido ao tráfico de drogas. O que nos leva a um questionamento do porque a maioria ser jovens, negros, com baixa escolaridade, sem condenação e levados ao cárcere pelo tráfico. Chegamos a conclusão que o aprisionamento no Brasil é um problema de ordem social, de classe social e raça. E nos resta a dúvida a escravidão realmente foi abolida? Ou é um novo meio de escravização?


Palavras-chave


Psicologia jurídica, INFOPEN, classe social