Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol III (2018) - n.1 - I Semana de Psicologia - FAGOC

Tamanho da fonte: 
Gravidez na adolescência: maternidade e paternidade
Lara de Oliveira Gomes, Cristina Toledo, Aparecida de Fátima de Sousa Silva, Milena Fernandes Montagna, Núbia Sales Rocha de Melo, Rosiane Fernandes de Paiva Faria, Sandy da Cruz Dias

Última alteração: 2018-06-05

Resumo


Introdução: A adolescência é marcada por diversas transformações e o namoro representa uma etapa importante para o amadurecimento e afetividade.  A iniciação sexual na adolescência tem acontecido cada vez mais cedo, sendo imprescindível que exista um diálogo aberto entre pais e filhos.

Metodologia: Trata-se de um trabalho observacional e descritivo, no qual a proposta foi uma roda de conversa, realizada em uma escola pública. As observações ocorreram durante o período de 1h, com os alunos do 2º ano do Ensino Médio, em sala de aula.

Discussão: A preocupação com a gravidez na adolescência tem sido uma questão recente, influenciada por modificações históricas no contexto da sociedade. Nos séculos anteriores, a passagem para a vida adulta era muito demarcada pela relação estável afetiva (casamento), na qual esses indivíduos eram submetidos ao papel parental muito cedo. A questão é que trazendo essa condição de conduta para o atual contexto contemporâneo, essa posição se torna incoerente e não conciliável. Percebe-se claramente que a gravidez também é um componente histórico socialmente construído. A adolescência é hoje atribuída a um período de instabilidade, destinada a postura de estudo, escolha profissional e construção de identidade, o que torna a gravidez como uma alteração de contexto. A roda de conversa realizada, apontou para esta preocupação, principalmente no que se refere ao discurso das meninas.

Resultados: Os resultados demonstraram que os participantes da roda de conversa reconhecem a existência de preconceito com quem passa pela experiência de gravidez na adolescência. A maioria afirmou não possuir diálogo com a família sobre questões que envolvem a sexualidade e alguns disseram que são orientados apenas no sentido de prevenção da gravidez, através do uso de preservativos. Quanto aos métodos anticoncepcionais, os adolescentes conhecem apenas três deles, que são: preservativo, injeção e pílula. Além disso, quando questionados sobre a possível reação que teriam em caso de gravidez, as meninas afirmaram que ficariam desesperadas, sem saber o que fazer, enquanto os meninos apenas disseram de modo sarcástico que assumiriam a criança. Cabe ainda destacar que os adolescentes relataram não haver discussões sobre este tema na escola, sendo um assunto restrito a feiras de cultura.

Conclusão: Observa-se uma repulsa ao falar sobre o assunto, a maioria dos estudantes se mostraram tímidos em relação a discussão abordada. A sexualidade ainda é um tabu entre os adolescentes, e os mesmos não têm um diálogo aberto com os familiares. Devido a isso, há um despreparo dos adolescentes em relação a uma possível gravidez. É de grande importância, uma rede de apoio governamental, que ofereça a esses jovens, condições para que eles consigam desenvolver o papel parental da melhor forma possível, oferecendo atendimento social, médico e psicológico, além de projetos de inclusão na estrutura social.


Palavras-chave


Gravidez na adolescência; família; diálogo; rede de apoio.