Última alteração: 2018-06-05
Resumo
Introdução: A adolescência é marcada por diversas transformações e o namoro representa uma etapa importante para o amadurecimento e afetividade. A iniciação sexual na adolescência tem acontecido cada vez mais cedo, sendo imprescindível que exista um diálogo aberto entre pais e filhos.
Metodologia: Trata-se de um trabalho observacional e descritivo, no qual a proposta foi uma roda de conversa, realizada em uma escola pública. As observações ocorreram durante o período de 1h, com os alunos do 2º ano do Ensino Médio, em sala de aula.
Discussão: A preocupação com a gravidez na adolescência tem sido uma questão recente, influenciada por modificações históricas no contexto da sociedade. Nos séculos anteriores, a passagem para a vida adulta era muito demarcada pela relação estável afetiva (casamento), na qual esses indivíduos eram submetidos ao papel parental muito cedo. A questão é que trazendo essa condição de conduta para o atual contexto contemporâneo, essa posição se torna incoerente e não conciliável. Percebe-se claramente que a gravidez também é um componente histórico socialmente construído. A adolescência é hoje atribuída a um período de instabilidade, destinada a postura de estudo, escolha profissional e construção de identidade, o que torna a gravidez como uma alteração de contexto. A roda de conversa realizada, apontou para esta preocupação, principalmente no que se refere ao discurso das meninas.
Resultados: Os resultados demonstraram que os participantes da roda de conversa reconhecem a existência de preconceito com quem passa pela experiência de gravidez na adolescência. A maioria afirmou não possuir diálogo com a família sobre questões que envolvem a sexualidade e alguns disseram que são orientados apenas no sentido de prevenção da gravidez, através do uso de preservativos. Quanto aos métodos anticoncepcionais, os adolescentes conhecem apenas três deles, que são: preservativo, injeção e pílula. Além disso, quando questionados sobre a possível reação que teriam em caso de gravidez, as meninas afirmaram que ficariam desesperadas, sem saber o que fazer, enquanto os meninos apenas disseram de modo sarcástico que assumiriam a criança. Cabe ainda destacar que os adolescentes relataram não haver discussões sobre este tema na escola, sendo um assunto restrito a feiras de cultura.
Conclusão: Observa-se uma repulsa ao falar sobre o assunto, a maioria dos estudantes se mostraram tímidos em relação a discussão abordada. A sexualidade ainda é um tabu entre os adolescentes, e os mesmos não têm um diálogo aberto com os familiares. Devido a isso, há um despreparo dos adolescentes em relação a uma possível gravidez. É de grande importância, uma rede de apoio governamental, que ofereça a esses jovens, condições para que eles consigam desenvolver o papel parental da melhor forma possível, oferecendo atendimento social, médico e psicológico, além de projetos de inclusão na estrutura social.