Última alteração: 2018-05-19
Resumo
Introdução: Esse trabalho corresponde ao estágio realizado em parceria entre o curso de Psicologia da FAGOC e a Escola Nossa Senhora Aparecida. O estágio supervisionado é o primeiro contato com que o aluno tem com seu futuro campo de atuação. Por meio de observação, das participações, das intervenções, das trocas e das construções elaboradas. Assim, a formação tornar-se-á mais significativas quando socializadas na sala de supervisão com os colegas, produzindo discussões e possibilitando uma reflexão críticas. Dentre tantas possibilidade de atuação, a dinâmica de grupo torna-se um campo na atuação do psicólogo. Desta forma, o presente ensaio tem por finalidade a apresentação das principais construções do estagiário na elaboração de dinâmica de grupo e suas contribuições para o processo afetivo e empático dos alunos do 3° ano do ensino primário.
Metodologia: Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa de campo, de finalidade básica, baseada na aplicação das dinâmicas de grupos, no intuito de corroborar para as análises críticas sobre os modelos Educacionais. Para atingir esse objetivo, aplicamos uma dinâmicas propósito de fomentar o afeto. A dinâmica foi pensada pelos autores do presente trabalho. Para isso desenvolvemos uma dinâmica, onde, ela necessitava de um urso de pelúcia e a colaboração da docente. A colaboração foi para desnaturalizar a sala, ou seja, tira-la do padrão. Foi realizada uma roda e a docente ia gradativamente colocando aluno A com aluno B, pois A se identificava com A e a conversa se extrapolavam. Diante disso, colocamos aluno A com aluno B, pois ambos não tinham afinidade. Após essas modificações foi feito uma roda com as respectivas sequências: A, B, A, B, etc. Ou seja, aluno A diferente de B, sendo essa diferença a falta de afinidade. Depois disso o estagiário explicou a dinâmica para os alunos. Vocês devem fazer com o urso de pelúcia qualquer coisa que vocês quiserem.
Resultado: O estagiário começou a desenvolver a atividade, sua iniciativa foi acariciando o rosto do ursinho e passou para o colega ao lado. Os alunos demonstraram sempre uma maneira de afeto. As principais formas apresentadas foram: acariciar o rosto, abraçar, beijar o urso no rosto, pegar na patinha e dizer “Eu te amo”, etc. Dentro das demonstrações de afeto dos alunos com o urso, o estagiário propôs fazer com o colega do lado o que ele havia realizado com o urso. Mas muitos ficaram com receio de abraçar, acariciar o colega que estava ao lado, isso devido a não interação e a falta de afinidade entre eles, porém, quase todos fizeram. O aluno considerado “problema” e um outro não fizeram, e diante disso o estagiário indagou os alunos sobre o porquê de não desempenhar com o outro o que ele fez com o urso, sempre respeitando suas vontades. O “aluno problema” disse que “não iria abraçar porque a menina não gostava dele e por ele acha-la feia”. O outro por sua vez disse que não gostava de abraço, porém desempenhou outro gesto de afeto, sendo ele, dizendo: “linda, gosto de você”. Depois das indagações feitas, propus para a docente permanecer com o mesmo grupo em sala de aula, fazendo a aproximação de ambos e promovendo um novo comportamento e o respeito com o outro. Segundo a docente “os alunos puderam ter uma compreensão maior sobre a importância da escola e da boa convivência com o colega. Inclusive uma das dinâmicas realizadas pelo estagiário que foi a do urso de pelúcia, me chamou muito a atenção, pois um dos alunos alegou que não iria abraçar a colega que estava ao seu lado, pois não gostava de abraço, no outro dia ao chegar a escola uma das primeiras coisas que ele fez foi me dar um abraço, mostrando assim que ele entendeu que um abraço é uma forma de carinho e de respeito, e o ato desse aluno chegar e me abraçar foi repetido várias vezes ao longo da semana, não só comigo, mas com uma colega de classe também”.
Conclusão: Este ensaio contribui para a percepção da importância da inclusão da Psicologia Escolar em instituições de ensino, em um século a exigir de todos e todas as compreensões e parcerias em diálogos em prol de um ensino de qualidade em todos os níveis. Sabe-se que diante das facilidades e dificuldades, somos seres únicos e por meio de nossos processos psicológicos nos constituímos. Porém, ser único não aplica a um determinismo, pois somos seres inconclusos e inacabados. Cabendo sempre mudanças ao longo de nossos processos existenciais. Portanto, ter a presença do Psicólogo Escolar é de suma importância, pois além da visão integral sobre os indivíduos, ainda corrobora com dinâmicas de grupos, que fomenta e fortalece os laços afetivos, relações interpessoais entre colegas e escolas, diminuição do bullying, maior mediação do docente e aprendizado significativo e qualitativo.