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Introdução: Há várias possibilidades de atuação em Psicologia, porém há uma convocação histórica para uma aproximação da psicologia com as instituições socialmente pouco reconhecidas, aquelas que são naturais, organismos, como coloca Bleger (2002). Um exemplo vivo é o Movimento Social Quilombolas, que abarca em seu íntimo, a dimensão múltipla de luta por dignidade, resistência e respeito aos valores culturais transmitidos de geração em geração. O objetivo geral do presente trabalho é investigar sobre as possibilidades e formas de aproximação da Psicologia institucional ao movimento quilombola a partir do enquadre proposto por Bleger.  Os objetivos específicos são entender as motivações das lutas, os desejos das subjetividades ali constituídas e a trajetória de dor e sofrimento de familiares nas lavouras e plantações em fazendas da região, em regime escravocrata, bem como a totalidade da instituição quilombola. Metodologia: Sobre o método, trata-se de pesquisa básica de objetivo exploratório e abordagem qualitativa, com utilização de entrevista semi-estruturada, o que permite a condução da coleta de dados de forma flexível. Resultado: Após os relatos, que apresentam de forma intensa a vivência do preconceito e as dificuldades de se manterem preservadas as raízes culturais, foi ressaltada a importância de se desenvolver trabalhos em Psicologia, que visem a preservação da identidade do negro Quilombola, o fortalecimento da auto-estima, bem como potencializar a valorização da riqueza cultural de seu povo a fim de que os mesmos percebam a própria importância e o seu lugar no mundo. Discussão: Diante do cenário apresentado, nota-se que o trabalho de Psicologia no referido movimento, representa um enorme desafio, bem como requer cautela, um olhar humanizado e sensível às causas do movimento, sendo portanto, de extrema importância, depreender todo o contexto ao qual seus membros estão inseridos, para que a atuação seja eficaz, no sentido de fortalecer a autonomia, a auto-estima, o respeito aos valores culturais que foram transmitidos e que portanto tornaram-se parte do que eles são,os costumes e do sentimento de liberdade que ainda não é real.