Última alteração: 2017-09-18
Resumo
Introdução: As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Psicologia, orientam uma formação generalista devido a diversidade e possibilidades de atuação, entre elas, a psicossomática se torna um caminho em nossa futura profissão. O presente trabalho busca apresentar um estudo de caso sobre psicossomática e obstetrícia, realizado no 7° período de Psicologia, na disciplina Psicossomática, tendo como objetivos específicos compreender a relação da gestante com os sintomas, o fator emocional na escolha da cesárea e a contribuição do psicólogo para a qualidade de vida da parturiente. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de finalidade básica, caracterizada por referência bibliográfica de cunho explicativo realizado através de estudos sobre a disciplina de Psicossomática. Resultado: Na revisão da literatura, as pesquisas mostraram que as mulheres no momento do parto apresentaram ser bastante mentalizadas, ou seja, possuem capacidade psíquicas de lidar com as frustrações decorrentes do processo. As mulheres que obtiveram os melhores resultados obstétricos se distanciam da somatização, confirmando a teoria de que a má mentalização é uma predisposição para a somatização. As parturientes iniciantes sofrem mais com o processo de gestação do que as que já realizaram tais processos, pois elas não geram tanta expectativa em torno de uma idealização. Dentro das analises dos materiais, verificou-se que as parturientes que tinham uma acompanhante no processo de gestação tinham parto normal e que as que não tinham na maioria das vezes realizavam a cesária, isso devido aos aspectos emocionais. Discussão: Dentro deste cenário, percebeu-se que os conceitos da disciplina psicossomática apresentados em sala, aliados ao entendimento da abordagem psicanalítica, contribuíram de forma significativa para o entendimento do caso. Um dos conceitos apresentados foi o Imaginário e o real. O primeiro remete a simbolização, o ideal para o sujeito, essa representações mentais contribuem significativa para o desenvolvimento do afeto e para a somatização. Segundo Freud (1909), o sonho é a realização de um desejo inconsciente, o desejo existente na gestação é sempre ambivalente. Assim podemos compreender que se a mulher não se permite vivenciar os aspectos negativos desses momentos eles podem expressar através dos sonhos, ou então, através de algo de ruim que aconteça. Já o real se torna a quebra da expectativa, e quando as parturientes voltassem a ter outro filho essa expectativa diminuiria. De acordo com Trad (1997), os pensamentos que a mulher tem sobre as ameaças que rodam o nascimento do filho sobre a separação podem desencadear sentimentos de perdas e abandono. A verbalização dessas fantasias necessita que o terapeuta possa ajudar a elaborar a representação da mãe e com conseqüência pode melhorar a relação com o bebê que vai nascer.