Última alteração: 2017-09-17
Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno descrito há pouco tempo em termos de conhecimento médico. As primeiras descrições hoje relacionadas ao TEA foram feitas em 1943 por Leo Kanner, nos EUA, quando descreveu o autismo infantil, e em 1944 por Hans Asperger, na Austria, descrevendo a síndrome de asperger. Atualmente é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento, de acordo com os critérios do Manual Diagnóstico Estatístico (DSM), em sua 5ª edição, caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos, podendo apresentar também sensibilidades sensoriais. A literatura científica evidencia os efeitos promissores da intervenção adequada em crianças com tal transtorno. No entanto, embora a identificação do TEA possa ser feito no início do desenvolvimento da criança, no Brasil essa identificação ainda é precária. Desta forma, o objetivo geral deste trabalho é discutir e ressaltar a importância da identificação precoce e intervenção adequada em tais casos, a partir de um projeto de extensão com alunos do curso de Psicologia de uma instituição particular na cidade de Ubá/MG. A metodologia utilizada parte de uma proposta de atuação prática e baseia-se em: atendimento individualizado de crianças com TEA, onde é realizada uma entrevista com o responsável, avaliação da criança e intervenções com o objetivo de estimular o desenvolvimento e a aprendizagem; visitas à escola na qual a criança estuda buscando maior interação entre os profissionais que atuam diretamente com ela; conscientização da comunidade sobre o TEA; acolhimento e orientação aos familiares. Realizam-se ainda, encontros de duas horas semanais com os alunos participantes do projeto para estudo do material teórico e discussão dos casos. Dentre os resultados observados, percebe-se a importância da conscientização sobre o autismo uma vez que muitas pessoas ainda desconhecem o assunto gerando preconceitos e estereótipos e a importância da intervenção que propicia resultados positivos no desenvolvimento da criança. Acredita-se que as atuações relativas ao TEA não deve limitar-se a atendimentos clínicas com a criança, uma vez que ela está inserida em um contexto que a influencia e é influenciado por ela. Enfim, entende-se que o TEA é um transtorno complexo, ainda muito pouco conhecido e que precisa ser discutido a partir de uma abordagem que afete os mais diversos contextos sociais.