Última alteração: 2017-09-16
Resumo
Estima-se que o transtorno de ansiedade social seja alto na população, com a fobia social sendo o transtorno de ansiedade mais prevalente. Dentre a população geral, 5% a 13% apresentam sintomas de fobia social, validado através do Inventário de Ansiedade Social de Liebowitz. Já em universitários, estudos de Shah e Katarina (2010), a fobia social em uma amostra de 405 estudantes de vários cursos, apresentam resultados com prevalência de 19,5%, sem diferenças significativas quanto ao gênero sexual, região demográfica e condições socioeconômicas. Nas investigações de Izgic, Akyüz, Dogan e Kugu (2004), com uma amostra de 1003 estudantes universitários, a prevalência da fobia social foi de 9,6%. Para os ansiosos em questão, as situações sociais são evitadas ou enfrentadas com intenso sofrimento e ansiedade, apresentando sintomas como palpitações, tremores, sudorese, desconforto gastrointestinal, diarreia, tensão muscular e rubor facial. Os fenômenos de ansiedade geram efeitos sobre a saúde e o desempenho acadêmico dos estudantes universitários. Podem apresentar sintomas como o medo persistente de uma ou mais situações onde está exposto a julgamento de terceiros, mostrando a necessidade acerca do apoio social e psicológico para falar em público e com estranhos, e conhecer novas pessoas. O objetivo deste trabalho foi realizar o rastreio do nível de ansiedade social dos alunos do curso de Psicologia da FAGOC, para compararmos a prevalência entre os alunos com as taxas pesquisadas. Para a realização deste trabalho, utilizamos a escala de Liebowitz de Ansiedade Social (LSAS), constituída por vinte e quatro perguntas que avaliam duas questões: o medo/ansiedade e a evitação. Com uma escala likert de 0 a 3, as categorias foram nenhum, leve, moderado e intenso. Foram avaliados os alunos do curso de Psicologia de uma faculdade do interior de Minas. A escala foi realizada nos alunos presentes nas salas no momento da aplicação, feita no final do mês de maio de 2017. Foram avaliados 172 alunos, e realizadas análises frequenciais dos dados. Como resultado, observou-se uma média de idade de 24,04 anos. As idades variaram entre 18 a 64 anos. Desses, 36 foram homens representando 20,93% da amostra e 134 foram mulheres, representando 77,91% da amostra. Identificou-se que 19,77% dos alunos atingiram a pontuação das categorias “Grave” e “Muito Grave”, caracterizando o quadro de ansiedade social, com média de idade de 21,53 anos. 43,02% apresentaram percentis de normalidade, com a média de idade de 26,43 anos. A categoria “Moderado” atingiu 16,86%, com a média de idade de 22,59 anos. Com a categoria “Média”, foram 20,35% com a média de idade de 21,69 anos. “Grave” foram 8,72%, com a média de 23,13 anos e “Muito Grave” atingiu 11,05%, com a idade média de 21,53 anos. Nota-se que a cada 5 pessoas, uma tem a probabilidade de desenvolver o transtorno. Percebeu-se, com base nesta amostra, que a prevalência está de acordo com a levantada na pesquisa de Shah e Katarina (2010) aproximada de 19% dos alunos. A amostra não diferenciou homens e mulheres pois 3/5 dos participantes foram mulheres. Também não percebemos diferença significativa entre as salas, podendo concluir que a questão da ansiedade social vai além de uma simples timidez, que não diminui com o tempo, pois os escores atingidos pelos primeiros períodos foram parecidos com o sexto período. A média de idade da categoria “Normal” foi de 26,43 anos, enquanto a de “Muito Grave” foi de 21,53 anos. Esses dados mostram a necessidade de um trabalho com o grupo de alunos quanto esta questão, procurando diminuir interferências na vida acadêmica e social. Pretendemos também, no futuro, avaliar os índices de outros cursos.