Última alteração: 2017-09-16
Resumo
O adolescente ainda não possui um desenvolvimento completo quanto as suas habilidades interpessoais, que são importantes ao longo da vida. A promoção das mesmas, é realizada através do desenvolvimento de um conjunto de competências que possam contribuir para uma relação positiva. É um consenso acadêmico que a fase do desenvolvimento que constitui a adolescência seja completamente “singular e diversa” e que, durante esse processo, há ocorrência de fatores podem auxiliar na aprendizagem de aspectos interpessoais e socioafetivos. Quando essa aprendizagem não ocorre, ou ocorrem de modo deficitário, devido as condições materiais e a diferentes fatores de risco, é possível sistematizar uma estrutura capaz de promover essas habilidades. Após uma pesquisa na base bibliográfica BVS – PSI, Index Psi Divulgação Científica com a palavra “adolescentes”, identificamos 39 trabalhos. Com isso, percebemos, a partir de um trabalho em 1986 e um em 1987, que foram iniciados os estudos publicados nessa plataforma. Com publicações recorrentes entre 1991 a 2004, as pesquisas se atentavam para a questão patológica na adolescência, alterando esse paradigma ao se aproximar no contemporâneo. Trabalhos sobre a educação sexual, a percepção social, sobretudo na mídia TV, distúrbios psicológicos, a violência, o desenvolvimento e a construção da identidade, com poucas intervenções, salvo exceções de caráter clínico, além de alguns materiais educativos em forma de vídeo. Partindo desta pesquisa, objetivou-se através de uma revisão, perceber como as habilidades sociais vêm sendo trabalhadas com adolescentes e em que contexto, qual o paradigma e quais os métodos são utilizados, podendo identificar possíveis correlatos com as demandas da pesquisa feita anteriormente. Para almejar os objetivos deste trabalho, optou-se pela revisão sistemática dos periódicos publicados na base bibliográfica BVS – PSI, Idex Psi Periódicos técnico-científicos, teses e livros que envolvem as habilidades sociais e adolescentes, com as palavras “habilidades” AND “sociais” AND “adolescentes”. O interesse em tal plataforma está no fato de a percebermos com maior relevância científica na área, com o Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes. Em decorrência da pesquisa, encontramos trinta e um periódicos, onze teses e dois livros. Foram excluídos sete periódicos, quatro por estarem sem relação com o objetivo, e três por trabalharem com crianças. Restaram vinte e quatro periódicos, obtendo-se um de 1996, um de 1999, um de 2000 três de 2006, um de 2007, três de 2009, dois de 2011, um de 2010, dois de 2013, um de 2014, dois de 2015 e seis de 2016. Observou-se que autores como Leme, Coimbra, Arginon e, principalmente, o casal Del Prette e Del Prette, vêm tendo destaque nas publicações, produzindo os dois livros encontrados, o Inventário de Habilidades Sociais e sobre a psicologia no contexto escolar. A questão da vulnerabilidade aparece com maior frequência, somando sete artigos. Sobre violência identificamos três. Foram cinco sobre a relação com a saúde, sobretudo sobre drogas. Sete falaram sobre o desenvolvimento, trabalhando as relações interpessoais e eventos de vida. Um falando sobre a depressão. Três trabalham a violência, sendo dois específicos sobre o Bullying. Houveram outros trabalhos, dos quais um relacionou as habilidades sociais com a dependência do uso de internet, outro com a promoção de saúde e um com questões técnicas relacionadas a psicometria. Percebemos foram estudos de maioria descritiva, sendo dezessete dos vinte e quatro. Somente seis de intervenção e um de revisão. As teses encontradas começaram a serem publicadas na década de noventa. Três trabalhos atentaram-se nas questões anormais do comportamento em adolescente, relacionando com a norma, delinquência, problemas sociais e a relação familiar. A partir do século XI, com sete trabalhos, começou-se a trabalhar os aspectos do desenvolvimento, com uma promoção de habilidades para um desenvolvimento positivo. Houve uma intervenção, com referência na Terapia Cognitivo Comportamental que trabalhou a obesidade e um trabalho focou em problemas disciplinares e na promoção de um desenvolvimento moral. Percebemos que os estudo mais recentes abordam as mesmas questões da pesquisa que investiga o adolescente. Contudo, percebemos uma mudança no paradigma destes trabalhos. Saindo de uma visão patológica e passando a abordar de forma educativa e promotora de habilidades sociais. Os trabalhos saem de uma visão clínica e passa a englobar a pessoa de forma holística, biopsicossocial. O contexto principal é escolar, junto com ações em comunidades vulneráveis.