Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol II (2017)

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Nível de Conhecimento, acessibilidade e aceitação das práticas integrativas e complementares em saúde por usuários do Sistema Único de Saúde na cidade de Juiz de Fora, MG
Gustavo Leite Camargos, Alexandre Augusto Macedo Correa, Ariel Gualtieri

Última alteração: 2017-08-26

Resumo


Introdução: Uma das principais lutas sociais travadas em prol da melhoria e garantia dos serviços públicos de saúde é a da promoção do acesso a estes serviços. No Brasil, em maio de 2006, foi publicado as diretrizes e responsabilidades para implantação e implementação das ações e serviços às Prática Integrativas e Complementares (PIC). O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de conhecimento (informação), acessibilidade e a aceitação das PICs do SUS pelos usuários da cidade de Juiz de Fora, MG.

Metodologia: Trata-se de um estudo transversal de caráter descritivo, realizado na cidade de Juiz de Fora, MG, no período de julho de 2017. A coleta de dados ocorreu em dez bairros da cidade, que possuíam Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS). O questionário utilizado possuía 06 questões referentes a três dimensões de avaliação do acesso às PICs: nível de conhecimento, composto pelas perguntas 1,2 e 3; acessibilidade, representado pela questão 4 e aceitação, associado às questões 5 e 6. Cada questão apresenta duas possibilidades de respostas, sim ou não. Foram calculadas a média por questão avaliada e por fim foram criadas classificações baseadas no percentual encontrado sendo estas: de 0 a 20% (Muito pouco); 20,1 a 40% (Pouco); de 40,1 a 60% (Razoavelmente); de 60,1 a 80% (Bom/Bem) e 80,1 a 100% (Muito).

Resultados: A amostra foi composta por 90 mulheres (60%) e 60 homens (40%) com média de idade de 42,7 (± 17,2) anos. Uma média de 68,7% responderam que conhecem alguma prática integrativa. Destas, 41,2% foram muito pouco conhecidas (quiropraxia e termalismo com 3,3% cada, naturopatia 7,3%, medicina antroposófica 11,3%, dança circular 13,3% osteopatia 18,7% e musicoterapia 19,3%), 23,5% foram pouco conhecidas (fitoterapia 20,7%, arteterapia e auriculoterapia 22% cada e massoterapia/automassagem 30,7%), 29,4% razoavelmente conhecidas (reiki 46,7%, acupuntura 49,3%, terapia comunitária 52,7%, ioga 58% e meditação, 58,7%) e 5,9% bem conhecidas, sendo esta, apenas a homeopatia (67,3%). Não houve nenhuma prática no grupo muito bem conhecida. Dos entrevistados 38,8% relataram conhecer alguém que já utilizou algum dos serviços avaliados, sendo que nas categorias que representam o nível bom e muito bom de conhecimento não foram registrados nenhuma prática avaliada. Quando questionados se conhecem algum especialista, uma média de 21,5% afirmou que sim. Ao serem classificadas quanto ao nível de conhecimento, 5,9% apresentaram pouco nível de conhecimento (homeopatia) e 94,1% (demais práticas) apresentaram muito pouco nível de conhecimento. Para esta dimensão foi questionado se já havia utilizado algum dos serviços listados. Uma média de 19,2% relatou já ter utilizado. Dentre as práticas, a homeopatia obteve os maiores escores de utilização (24,7%), porém, foi classificada como pouco nível de acessibilidade. As demais práticas foram classificadas como muito pouco nível de acessibilidade. Nesta pergunta, obtivemos uma média de 53,9% de interesse em utilizar alguma das práticas listadas. Ao avaliar em separado cada uma das práticas, podemos perceber que homeopatia (47,3%), ioga (45,3%), meditação (43,3%), acupuntura (40,7%) foram razoavelmente citadas enquanto as demais foram pouco citadas. Por fim 96% dos avaliados relataram que gostariam que alguma das práticas fosse oferecida pelo SUS.

Conclusão: Os dados obtidos no estudo permitem concluir que existe um bom nível de conhecimento sobre os tipos de serviços que são oferecidos pela PNPIC, pelos usuários do SUS de Juiz de Fora, MG. No entanto percebe-se baixa utilização dos mesmos, o que poderia estar associado a diversos fatores, como nível de conhecimento dos profissionais, disponibilização de informações sobre os serviços, necessidade pela utilização dos mesmos, facilidade na marcação e deslocamento para o atendimento, dentre outros.


Palavras-chave


Saúde Pública; PICs; Acesso; SUS;