Última alteração: 2016-10-02
Resumo
A competência emocional descreve a capacidade que uma pessoa tem de expressar as suas próprias emoções, e deriva da inteligência emocional, que é a capacidade de identificar emoções. A competência se aprende e determina a habilidade que uma pessoa tem para se interrelacionar de forma construtiva com outras pessoas. Esta competência emocional pessoal se baseia na consciência de si mesmo, que resume o reconhecimento das emoções individuais e como as emoções afetam as outras pessoas, e também se sustenta na capacidade de manter um controle emocional e de gerir a adaptação. Dentre as formas de avaliação, há um conjunto de quatro habilidades avaliadas pelo Inventário de Competências Emocionais que identifica: a percepção e expressão, que é a capacidade de identificar emoções em si mesmo, em outras pessoas e em condições físicas e ambientais; facilitação emocional do pensamento, que é a capacidade de incluir as emoções no raciocínio para resolver problemas; compreensão emocional, que é a capacidade de identificar tipos de situações em que as emoções costumam ser eliciadas, discriminar emoções semelhantes e opostas e o que elas transmitem; e regulação de emoções, que envolve o entendimento das implicações de atos sociais sobre as emoções e controle emocional em si mesmo e no outro. Alunos do curso superior, desenvolvem em seu período de formação, além de conteúdos cognitivos, consideradas competências, as chamadas habilidades, que são resultantes de vivências e experiências que desenvolvem entro outro, as inteligência emocional. O objetivo desse trabalho foi o de analisar a competência emocional e a possível relação existente entre seus níveis e dimensões no uso, dependência e sintomas de ansiedade gerados pelo uso do celular. Nessa pesquisa foram entrevistadas 30 pessoas. A idade foi computada em categorias, sendo, 60% da amostra com idade entre 18 e 30 anos, 30% entre 30 e 50 anos e 10% acima de 50 anos. 47% do sexo masculino e 53 feminino. 73% trabalham e 60% estudam. As dimensões da competência emocional foram categorizadas, de menor para maior nível, em muito pouco, pouco, razoavelmente, bom e muito. Na dimensão ‘percepção das emoções’, 40% apresentaram razoável percepção, 57% boa percepção e 3% muito boa percepção; na dimensão ‘regulação das emoções de baixa potência’, 53% apresentaram razoável regulação e 47% boa; na dimensão ‘expressividade emocional’, 50% razoável expressividade e 50% boa expressividade; na dimensão ‘regulação de emoções em outras pessoas’, 47% razoável regulação, 50% boa regulação e 3% muito boa; na dimensão ‘regulação de emoção de alta potência’, 50% razoável regulação e 50% boa regulação. Além do inventário, foram feitas 10 perguntas aos entrevistados, todas categorizadas em ‘não se aplica ao meu caso’, ‘aplica-se pouco ao meu caso’, ‘aplica-se razoavelmente ao meu caso’ e, ‘aplica-se ao meu caso’. 63% faz uso diariamente do celular; 77% sempre leva o celular quando sai de casa; 43% retorna em casa caso o esqueça; 27% apresenta sintomas de ansiedade quando percebe que a bateria está acabando; 37% sente-se pouco rejeito por não receber mensagem e/ou ligação; 57% mantém o celular perto mesmo em casa; 57% jaz uso do aparelho também para jogos; 43% não faz uso de redes sociais via celular; 37% faz uso mesmo estando entre amigos e, 37% não conseguiria passar um final de semana sem fazer uso do aparelho. Ao realizar o teste qui-quadrado para avaliar a relação de possível causalidade entre as questões aplicadas, sexo, idade, estudar e trabalhar como influência na competência emocional, os valores de p-valor foram significativos para ‘sintomas de ansiedade quando a bateria está acabando’ associado a dimensão ‘expressividade emocional’ (p=0,0280), ‘não ficar o final de semana sem uso de celular’ associado a ‘regulação de emoções de alta potência’ (p=0,0050) e, ‘sexo’ associado a ‘expressividade emocional’ (p=0,0281). Estes resultados descrevem como a competência emocional em suas dimensões está distribuída na amostra e as associações estatisticamente significativas.
Palavras-chave: competência emocional; psicologia; celular;