Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol I (2016)

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A produção do Anuário Estatístico do município de Ubá e sua interface com a Psicologia
Gabriela Silva Donadoni, Jefté Morais Souza, Cecília Segheto Reis, Leon Dutra Paiva, Cardoso Lopes Venâncio, Marcos Luiz Teixeira, Ludmila da Silveira Magalhães, Ronaldo Silvério Lopes, Maria Isabel de Lucca Pereira Costa, Patrícia Cecília de Melo Villas Boas, Wedne da Silva Santos, Thayna Amorim Carvalho, Cristiane Feixo, Gilsilene Ferreira, Kátia Vargas, Ingrid Galão, Larissa Oliveira, Karla Dutra, Alexandre Augusto Macêdo Corrêa, Auxiliatrice Caneschi Badaró, Cristina Toledo, Gustavo Leite Camargos

Última alteração: 2016-10-01

Resumo


O presente trabalho é uma pesquisa que vem se produzindo de forma sistemática com a finalidade de elaborar um Anuário Estatístico do município de Ubá-MG. Durante esta produção, intenta-se dar ao psicólogo em formação acesso a dados que demonstrem qual é a realidade concreta do local onde poderá atuar, pois, o que nos aparece aos sentidos como concretude, a princípio, é uma formação sintética da realidade à qual temos acesso parcialmente. A produção do Anuário Estatístico visa partir dessa realidade, que a princípio se apresenta como síntese, para conhecê-la a fim de novamente se debruçar sobre ela. A realidade é, portanto, ponto de partida e não de chegada da produção do Anuário Estatístico. Ao psicólogo em formação cabe também analisar de forma crítica essa realidade que se lhe apresenta, tomando-a como partida para suas investigações e intervenções.

Além disso, esta pesquisa também permite devolver à comunidade na qual se insere o curso de psicologia compilações de dados que possam orientar a criação de políticas públicas e de ações dos mais diversos setores.

Nessa perspectiva, o Anuário Estatístico busca tabelar diferentes indicadores sociais, por exemplo, indicadores de educação, saúde, segurança e infraestrutura. Os dados são colhidos em bases de dados disponíveis online, como IBGE, DATASUS, CAGED, instituições municipais como a Prefeitura Municipal, entre outras possíveis.

Após a coleta desses dados, eles são inseridos em tabelas que visam formar séries históricas que permitirão uma leitura histórica do desenvolvimento dos indicadores sociais do município.

A escolha por Ubá se justifica por o curso de psicologia em questão se encontrar nesse município e também como aposta ao estudante de psicologia que se vê às voltas com a interiorização da profissão.

As tabelas são construídas de acordo com as Normas de apresentação tabular do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] (1993). As tabelas consistem na apresentação das variáveis estatísticas em séries históricas objetivando sintetizar os dados tornando-os mais compreensíveis. Assim, as séries estatísticas são observadas segundo a época de sua ocorrência. O tempo, portanto, é variável, o fato é fixo.

Pretende-se com isso conhecer como se comporta a evolução dos indicadores sociais desse município através dos anos. Após a formação dessas tabelas históricas, os dados poderão ser correlacionados em outros estudos, por exemplo, estudos sobre a segurança hídrica e alimentar, o transporte coletivo, o uso do solo, emprego e renda, acesso a educação, a cultura e os desdobramentos possíveis em formas de subjetivação.

Uma prática sustentada na cientificidade da profissão e no compromisso social deve ser pautada por um conhecimento da realidade que se afasta do senso comum. Outra proposta deste trabalho é levar o estudante a trabalhar com dados disponíveis em bancos de dados online.

Como se trata de compilações de dados que se renovam constantemente conforme pesquisas são realizadas, o desenvolvimento do projeto é contínuo.

A devolutiva desses dados compilados é oferecida a toda a comunidade. De gestores municipais a ONGs e associações de bairros, passando por estabelecimentos privados, o Anuário Estatístico se torna ferramenta de aproximação entre a realidade e a ação de uma comunidade.

Aliando teoria e prática, esse trabalho se desenvolve contemplando em sua produção a autonomia dos alunos. É Marx e Engels (2005) que nos dizem que a práxis já é teoria e que ao mesmo tempo em que se conhece o mundo é necessário modificá-lo. Acreditamos que isto é uma premissa da formação profissional: permitir uma amálgama aliando teoria e prática à realidade social, o que nos permite continuar o projeto afirmando a importância de abrir os resultados não só à comunidade, mas também a outras áreas de formação.

Palavras-Chave: Psicologia, Formação, Práxis.