Última alteração: 2016-10-01
Resumo
O objetivo do presente estudo consiste em investigar, a partir da visão de diferentes moradores da cidade de Ubá, Minas Gerais, como o luto é vivenciado através de suas fases, em perdas distintas, a saber, a morte de um ente querido, a traição ou divórcio, e pessoas amputadas. Realizar uma comparação da percepção de vida do sujeito de diferentes idades, sexo, escolaridade, antes e depois de sua perda; investigar como os entrevistados reagiram diante da notícia da perda; analisar como se sentem hoje em relação ao objeto perdido e; avaliar se os entrevistados consideram ter ou não superado a perda vivida, identificando rastro em cada um deles. Quanto à metodologia utilizada nesse trabalho será a pesquisa básica, de natureza observacional, de forma qualitativa, com objetivo exploratório e procedimentos técnicos para pesquisa de campo, incluindo revisão bibliográfica e entrevistas. Com base nos resultados pode-se concluir com o relato de cada entrevistado, que todo ser humano passa por perdas no decorrer de sua vida. Perdas estas que trarão dores, sofrimentos e amadurecimento, independente de raça, sexo, escolaridade, posição social ou econômica. Sendo a perda inevitável, observa-se na fala dos sujeitos as tentativas de reconstrução (embora sutil) de suas identidades, através de suas experiências subjetivas que por muitas vezes passa imperceptível. Observando a fala dos entrevistados, percebemos que os mesmos respondiam intensamente, com sentimento, a ponto de falar e expressar o que não se perguntou. Nesse espaço captamos sentimentos inerentes a todos, porém único e singular de cada um deles, que escapa o tempo e o espaço. Falas que ao mesmo tempo em que os assemelha um com o outro, torna-os diferentes no tocante a uma marca que fica com cada um. A essa marca Derrida denominou “rastro”. O rastro é o sinal deixado na caminhada da vida e que cada um tem o seu, a sua pegada, leve ou forte, grande ou pequena, mas é o seu rastro, a sua marca, aquilo que não posso falar. Algo que ninguém faz ou sente por você, ou igual a você. É o sujeito que vive, é o sujeito da experiência, e o que fica dentro do sujeito marcando de forma às vezes inexpressiva com palavras.
Palavras-chave: luto; castração; fases do luto; rastro; perdas.