Última alteração: 2016-10-03
Resumo
Esse estudo tem como objetivo geral apresentar o conceito de liberdade no decorrer da evolução social, até a pós-modernidade, verificando a relação entre liberdade e responsabilidade. Sobre o método, trata-se de uma pesquisa Qualitativa, de finalidade básica, caracterizado pela revisão bibliográfica de cunho explicativo realizada como atividade interdisciplinar das disciplinas de Integralidade III e Métodos e Técnicas De Pesquisa e Trabalhos Científicos na Psicologia do curso de graduação em Psicologia da FAGOC-Ubá, Minas gerais. Como resultado questiona-se estamos fadados à liberdade. Em uma primeira análise essa dúvida causa certa estranheza, uma vez que a sociedade pós-moderna fez da liberdade produto de luxo, criando uma busca eterna, incessante, onde a mesma seria a bandeira e a finalidade de todo e qualquer indivíduo da atualidade. A peregrinação exaustiva e intensa em busca dessa liberdade firmara-se de tal forma que esse Eldorado de quimeras tem sido tema de discussão emponderamentos de diversos autores e filósofos. Os grandes ideais filosóficos dos iniciados na Grécia antiga, os quais postulavam a dor e o sofrimento como ferramentas de crescimento humano e a necessidade de contenção de nossos desejos mais primários como instrumentos básicos da constituição do indivíduo como seres verdadeiramente humanos, foram completamente esvaindo-se no decorrer das eras até chegar à contemporaneidade. Ressaltamos que as ponderações ocorreram principalmente nas regiões de culturas ocidentais, onde as ideias hedônicas e o culto ao materialismo e ao efêmero tornam-se cada vez mais evidente. Uma vida baseada na liquidez, como afirma Bauman (2009), na sua obra intitulada Vida Liquida, a qual é marcada a fluidez da vida e das relações na sociedade atual. O autor afirmar que nos tempos atuais, as relações entre os indivíduos tendem a ser menos frequentes e duradouras. Dessas relações permeadas pela fluidez e ausência de valores e fundamentações, a sociedade vem-se criando e tentando edificar suas novas e futuras civilizações. A abdicação da ideia de responsabilidade que os indivíduos pregam e vivem na atualidade, são criadoras de inúmeras chagas sociais presentes na vida cotidiana. Nesta ótica, Bauman afirma que o mal-estar da pós-modernidade nasce da liberdade, em vez da opressão. Entretanto, essa liberdade, se revela como um grande paradoxo, em troca da segurança prometida pela ilusão do conforto material, a vida em comunidade parece nos privar dessa ansiada liberdade, sentimento este que poucos sabem definir, compreender e sequer vivê-lo em sua plenitude, acabando por banalizá-lo e levá-lo a conta de pura libertinagem e forma de exposição dos desejos e instintos mais torpes. Contextualizando na filosofia, dois autores afirmam diversas ponderações referentes à relação liberdade – responsabilidade. São eles, Jacques Derrida que observar-se ter como fundamental ideia de que a liberdade justificada na responsabilidade possibilita a boa decisão. Ainda, o filósofo Khalil Gibran, que transmite a essência de que o ético é o humano, e se a ética é a obrigação ou a responsabilidade incondicional, então significa que o eu, para me dizer humano, necessito ser ético e responsável. A responsabilidade é primeira, vem antes da liberdade. A responsabilidade determina o humano. Com a finalidade de aproximar essa problemática com as práticas cotidianas, busca-se a questão nas estruturações familiares, não no sentido de papéis ou constituições tradicionais ou modernas, mas aquilo que diz respeito ao que Derrida nos relata como sendo a Différance que não é a Différence, é algo mais subjetivo e introspecto, que permeia as relações, está no cerne, implícito, o intangível, faz parte do constructo dos arrolamentos e das instituições sociais.
Palavras Chaves: liberdade; pós-modernidade e responsabilidade.