Última alteração: 2020-12-09
Resumo
Relatório de estágio supervisionado básico da acadêmica de Psicologia Tatyani Cristina de Souza, discente do 8°período sob supervisão do Professor Bruno Feital Barbosa Motta. Este relatório abrange o período de 15 de setembro de 2020 a 25 de novembro de 2020, com carga horária total de 40 horas de prática e 20 horas de supervisão, totalizando em 60 horas e ocorreu no formato presencial na 2° Delegacia Regional de Polícia Civil, localizada na Avenida Ex combatentes, n° 1.333, bairro Laurindo de Castro, Ubá-MG.
Objetivo de Estágio: Fazer o acolhimento de vítimas que sofrem de violência doméstica e familiar.
Público alvo: Mulheres e vítimas de violência doméstica e/ou familiar.
Práticas, procedimentos e Intervenções:
As Delegacias Especializadas nos Atendimentos as mulheres - DEAMs, são unidades da Polícia Civil, que realizam ações de prevenção, proteção e investigação dos crimes de violência contra as mulheres, estão entre suas funções também, registro de Boletim de Ocorrência, solicitação ao juiz das medidas protetivas de urgência, entre outras ações.
São vários os tipos de violência contra a mulher, como violência psicológica, que é considerada qualquer conduta que cause danos emocionais e diminuição da autoestima ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões. Violência sexual, no qual trata-se de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso de força. Violência virtual, que é considerada qualquer conduta que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados e divergentes praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar o outro. Violência moral, se dá a qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher e por fim, violência patrimonial, no qual trata-se de qualquer conduta que configure retenção, destruição parcial ou total de seus objetos.
O Centro Universitário Governador Ozanam Coelho – UNIFAGOC, juntamente com a Delegacia Civil de Ubá, tiveram como objetivo realizar acolhimentos às vítimas que sofrem de violência doméstica e familiar, abarcando, inclusive crianças e adolescentes. Esses acolhimentos foram realizados por mim e mais seis estagiárias do curso de psicologia, divididos em dois turnos, que compreendem o horário de atendimento do expediente da delegacia regional, no período de 08:30 às 12:00 horas e das 14:00 às 18:30 horas.
O local em que realizamos esses acolhimentos, é uma sala que fica ao lado do gabinete da delegada titular da DEAMs, e o mais interessante é que além de nosso acolhimento, caso necessário, as vítimas atendidas recebiam também o apoio dos colaboradores da delegacia e encaminhamentos para outros serviços que ajudam no enfrentamento contra esses tipos de violência, como por exemplo, a realização da medida protetiva.
A medida protetiva por si tem a função de coibir e prevenir a violência doméstica e familiar, devolvendo à vítima seus direitos fundamentais inerentes à pessoa humana. A Lei Maria da Penha prevê dois tipos de medidas protetivas de urgência: as que obrigam o agressor a não praticar determinadas condutas e as medidas que são direcionadas à mulher e seus filhos, visando protegê-los.
Minha experiência advinda do estágio, foi muito enriquecedora para minha formação e evolução tanto como pessoa, como futura psicóloga. O contato presencial com essas vítimas foi de suma importância ao ver as teorias estudadas em aulas e supervisões, acontecendo na prática. Ao poder ajudar aquelas vítimas, que tinham essa necessidade de serem ouvidas.
Além disso, a leitura e o estudo do livro: “Comunicação não-violenta”, foi de grande aprendizado para sabermos lidar e associar com situações divergentes do estágio. Em meus plantões pude atender três vítimas, a primeira sofreu violência doméstica vindo de seu próprio filho, a segunda de seu ex-marido e sua atual companheira e a terceira sofreu de violência sexual. Dentre elas, duas retornaram semanalmente para manter o atendimento e isso mostrou o quanto é válida a nossa presença e o trabalho praticado no local.
Competências e habilidades: Atuar, profissionalmente, em diferentes níveis de ação, de caráter preventivo, terapêutico ou psicoterapêutico, considerando as características das situações e dos problemas específicos com os quais se depara, assim como também, identificar e analisar necessidade de natureza psicológica, elaborar projetos, planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da população-alvo.
Referências bibliográficas:
ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Editora Agora, 2006. p. 01-113.