Relatório de estágio supervisionado básico da acadêmica de psicologia Gabriela Patrício Moreira, discente do 8° período sob supervisão do Professor Bruno Feital Barbosa Motta. Este relatório abrange o período de 16/09/2020 a 30/11/2020 com carga horária total de 132 horas (sendo 122 de prática e 20 de supervisão) no formato remoto. O estágio remoto realizado é nomeado “Projeto Acolher” e é a partir da plataforma do Instagram e do site: https://www.projetoacolher.net/. Tem como objetivo fomentar a discussão e o diálogo com a sociedade sobre a complexidade do fenômeno da violência doméstica e o direito das mulheres a uma vida com segurança, liberdade, paz e bem estar. Foram confeccionados posts e produção de materiais sobre a violência contra mulher e realizados plantões online via direct e via chat, onde atendemos demandas e sanamos dúvidas que chegavam até nós. O estágio contou com os alunos do 10° e 8° período de Psicologia da Unifagoc. Nosso público é principalmente mulheres, mas atendemos toda população que apresentar questões relacionadas a violência doméstica. Nas publicações tratamos assuntos relacionados a tipos de violência contra mulher, informamos os canais de denúncia, planos de proteção, assim como os impactos causados a saúde mental da mulher, termos jurídicos como a medida protetiva, a Lei Maria da Pena e o funcionamento da Delegacia da Mulher (fazendo um trabalho conjunto com o estágio de acolhimento realizado na 2°Delegacia de Polícia Civil), além de indicações de filmes, livros e séries. Com o contexto pandêmico em que estamos vivendo no ano de 2020, as mulheres estão expostas a mais tempo do seu dia com o agressor e aumentado consideravelmente os casos de violência doméstica. Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em abril deste ano, a central de atendimento à mulher registrou aumento de 36% no número de ligações. E a plataforma online é uma facilitadora para a atual situação. O mesmo Ministério da Mulher, da Família e Direitos Humanos afirma que 70% das mulheres vítimas de feminicídio nunca denunciaram agressões. Dando enfoque a importância de ampliar os canais de denúncia e acolhimento, uma vez que a violência doméstica infelizmente é uma questão estrutural, de uma cultura em que por muito tempo essa prática foi naturalizada. Durante as supervisões trabalhamos o livro Comunicação Não Violenta que se baseia na habilidade de linguagem e comunicação que nos permite ter a capacidade de passar por adversidades e permanecermos humanos. Com a CNV nos distanciamos de julgamentos e críticas e começamos perceber a nós e aos outros. Ela promove respeito, atenção e gera mútuo desejo de nos entregarmos de coração. Retrata as formas de comunicação que são alienantes em nossa vida, que nos levam a falar e se comportar de maneira que fere e julga a nós e aos outros. A raiz de que os nossos valores são melhores que dos outros, a ideia de bem e mal, e as possíveis consequências que isso pode gerar nas relações. Como estudante de Psicologia e também estagiária na Delegacia da mulher, a base teórica pesquisada e discutida durante as supervisões foram de suma importância para o meu enriquecimento acadêmico. Um estágio com muito aprendizado e aproveitamento.

Referências bibliográficas usadas como suporte:

70% das mulheres vítimas de feminicídio nunca denunciaram agressões. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/novembro/70-das-mulheres-vitimas-de-feminicidio-nunca-denunciaram-agressoes. Acesso em: 30 de novembro de 2020

Proteção das mulheres durante a pandemia é tema do último dia de reunião do Mercosul. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/junho/protecao-das-mulheres-durante-a-pandemia-e-tema-do-ultimo-dia-de-reuniao-do-mercosul . Acesso em: 30 de novembro de 2020.

Ministério participa de debate sobre enfrentamento à violência contra a mulher em tempos de pandemia. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/junho/ministerio-participa-de-debate-sobre-enfrentamento-a-violencia-contra-a-mulher-em-tempos-de-pandemia . Acesso em: 30 de novembro de 2020.

ROSENBERG, Marshall B. (2006). Comunicação Não-Violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais.