Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL V (2020)

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Estágio Remoto - Projeto Acolher
Diovana Delazari Oliveira, Bruno Feital Barbosa Motta

Última alteração: 2020-12-08

Resumo


Relatório de estágio supervisionado concentrado da acadêmica de psicologia Diovana Delazari Oliveira, discente do 10° período sob supervisão do Professor Feital Barbosa Motta.

Este relatório abrange o período de 10 de agosto a 30 de novembro, com carga horária total de 100 horas ocorreu no formato remoto.

Objetivo do Estágio: O estágio tem a finalidade de compartilhar conteúdos informativos sobre a violência contra a mulher, canais de denúncia e oferecer o acolhimento de mulheres que estão passando por esse momento de violência.

Público alvo: Mulheres que sofrem com a violência e psicólogos.

Práticas, procedimentos e Intervenções: O estágio foi realizado em formato remoto, através do Instagram e site. No Instagram foi criado uma página chamada Projeto Acolher, onde eram realizadas postagens informativas e que impulsionavam mulheres que vivenciam a violência. Além dos posts, eram realizados plantões para acolhimentos, caso fossem necessários e o mesmo acontecia no site, porém a diferença era que no site existia a opção da mulher participar de forma anônima.

É necessário compreender que para executar um trabalho desses é necessário muito estudo e conteúdo teórico, além de sempre trabalhar com a ética profissional e sigilo, principalmente pelo fato da ocasião necessitar ainda mais de cuidado e cautela para com a pessoa que o busca.

“A violência doméstica contra a mulher tem sido um problema cada vez mais em pauta nas discussões e preocupações da sociedade brasileira. Assim, é importante que a discussão a respeito de violência abarque e conecte dois aspectos fundamentais: as conceituações de violência que permitam a identificação da experiência violenta e as perspectivas daqueles que estão envolvidos nessa situação violenta, dado que a forma como uma experiência é percebida se relaciona à maneira com que é sentida e identificada.” (GUIMARÃES, PEDROZA, 2015).

Percebe-se a delicadeza desse campo, onde existe uma grande demanda, mas que ainda existe uma pequena parte das mulheres que não denunciam e buscam seus direitos, por medo, incertezas, dependência financeira, afetiva, etc. Então, foi uma forma de trazer mais informações, falar que não estão sozinhas, podem e devem buscar ajuda, mostrando que existem formas seguras de o fazer.

Cabe a psicóloga exercitar a capacidade de se expressar, sem expor seus julgamentos e classificações, para fazer o acolhimento da demanda que chega até ela, podendo a partir desse princípio, criar uma confiança com o sujeito, o que irá possibilitar uma possível intervenção.

Competências e habilidades:

O psicólogo deve estar seguro do contexto que a situação o apresenta, buscando sempre mais conhecimentos.

“As dimensões ética, política e cultural devem estar constantemente em diálogo para a reflexão e a ação em direitos humanos. Esta compreensão nos permite incorporar mais uma faceta à discussão proposta sobre violência que diz respeito à questão da dignidade humana como alicerce dos direitos humanos.” (GUIMARÃES, PEDROZA, 2015).

É necessário perceber que os direitos da mulher são muito debatidos e expostos, onde a Lei Maria da Penha é muito falada, porém, o medo pode cercar a vida da pessoa que passa por esse processo, onde a denúncia fica em segundo plano, por motivos diversos. Mas, o que deve se levar em conta é a necessidade de enfatizar as informações e incentivar e motivar as mulheres para que se tornem autoras de suas histórias.

Muitas vezes, a mulher é dependente do agressor, onde não se sente capaz de conseguir superar ou sair daquela situação, acha que não vai conseguir ou que ele vai ficar ainda mais violento. Isso, apenas nos mostra que devemos continuar enfatizando a necessidade não apenas de levar cada vez mais as informações, mas principalmente oferecer um acolhimento com um discurso de empatia, sem julgamentos.

Referência Bibliográfica:

GUIMARÃES, Maisa Campos; PEDROZA, R. L. S. Violência contra a mulher: problematizando definições teóricas, filosóficas e jurídicas. Psicologia e Sociedade, Universidade de Brasília, Brasília/DF, Brasil, v. 27, n. 2, p. 256-266, nov./2020. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/psoc/v27n2/1807-0310-psoc-27-02-00256.pdf. Acesso em: 26 nov. 2020.

CVV. A importância da Comunicação Não-Violenta. Disponível em: https://www.cvv.org.br/blog/a-importancia-da-comunicacao-nao-violenta/. Acesso em: 30 nov. 2020.

VEJA SAÚDE. Violência contra a mulher: a pandemia que não cessa Leia mais em: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/violencia-contra-a-mulher-a-pandemia-que-nao-cessa/. Disponível em: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/violencia-contra-a-mulher-a-pandemia-que-nao-cessa/. Acesso em: 30 nov. 2020.