Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL V (2020)

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O abuso de benzodiazepínicos na atenção primária em saúde.
Joyce Ramos Fernandes, Gabriel Menezes de Souza, Gerson Fernandes Corrêa Barbosa, Vinícius Cabral de Lara, José de Alencar Ribeiro Neto

Última alteração: 2020-11-13

Resumo


Introdução: Os benzodiazepínicos estão entre os cinco medicamentos controlados mais vendidos no Brasil.1 A maior parte das prescrições desses medicamentos é feita por médicos da atenção primaria. O aumento da prescrição desses medicados vem do processo de medicalização da sociedade, na qual passou-se a tratar situações que fogem um pouco da normalidade da vida ou de normas sociais. Além disso médicos da atenção primaria alegam pouco tempo para consultas e para desenvolver estratégias terapêuticas alternativas para tratar insônia e ansiedade. O uso prolongado desses medicamentos causa problemas significativos como alterações motoras, sedação excessiva, déficit cognitivo, tolerância e dependência.2 Objetivo: Realizar uma revisão bibliográfica sobre o uso de benzodiazepínicos na atenção primária em saúde.Metodologia: Este é um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados sites de busca, como SCIELO, através das palavras-chave: benzodiazepínico, atenção primária, abuso.Resultados e Discussão: Os profissionais da atenção primária admitem a prescrição indiscriminada de benzodiazepínicos, mas não identificam que o que determina isso é sua própria conduta. Pressão do usuário, pouco tempo de consulta e falta de preparo do profissional são as principais causas para esse comportamento. Muitas vezes o médico da a atenção primária apenas vai reproduzindo a receita, sem saber o porquê daquela prescrição, e nem fazer uma abordagem educativa. Além disso há uma fragmentação do cuidado quando deveria acontecer um tratamento multidisciplinar.1,2.Conclusão: É importante reconhecer o abuso dos benzodiazepínicos e como tal um problema de saúde pública, principalmente entre usuários da atenção primária. Diante do exposto faz-se necessário um controle mais rigoroso da assistência farmacêutica, criação de políticas públicas para indicação acertada, uso correto, alternativas de terapêutica e capacitação de profissionais prescritores. Além disso é indispensável o envolvimento de equipe multidisciplinar para suporte ao usuário dos serviços de saúde.3

Palavra-chave: atenção primária; benzodiazepínicos; abuso.

Referências

1.AZEVEDO A.J.P, ARAÚJO A.A., FERREIRA M.A.F. Con­sumo de ansiolíticos benzodiazepínicos: uma correlação entre dados do SNGPC e indicado­res sociodemográficos nas capitais brasileiras. Ciência Saúde Coletiva Vol 21 nº 1 Rio de Janeiro, 2016. Disponível em <https://doi.org/10.1590/1413-81232015211.15532014 > acesso em 27/set/2020.

2.FEGADOLI C., VARELA N.M.D., CARLINI E.L.A.  Uso e abuso de benzodiazepínicos na atenção primária à saúde: práticas profissionais no Brasil e em Cuba. Cadernos de Saúde Pública Vol 35 nº6 Rio de Janeiro 2019. Disponível em < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2019000705007> acesso em 27/set/2020.

3.GUIMARÃES ACO. Uso e abuso de benzodiazepínicos: revisão bibliográfica para os profissionais de saúde da atenção básica. 2013. Trabalho de conclusão de especialização (Atenção Básica em Saúde da Família). Universidade Federal de Minas Gerais. Disponível em < https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4255.pdf> acesso em 27/set/2020.