Última alteração: 2019-10-14
Resumo
Introdução: Segundo Carvalho (2014), no ano de 1943, dois grandes psiquiatras Leo Kanner e Hans Asperger, começaram a estudar o quadro clínico de crianças que antes eram consideradas acometidas por retardo mental, assim como, problemas emocionais e sociais. Tal pesquisa resultou em um novo diagnóstico, fundado e alicerçado em um transtorno do desenvolvimento, denominado autismo, enquadrando parte desta parcela avaliada. Ainda, se revelou o subgrupo da Síndrome de Asperger, que apesar de estar correlacionada ao autismo, tem uma especificação própria. Essa síndrome é caracterizada por padrões restritos de interesses e prejuízos na interação social, no entanto sem afetar as habilidades cognitivas, a aquisição da linguagem e o autocuidado. Ainda que seja um transtorno do desenvolvimento, corresponde a uma situação de alta funcionalidade. Dessa forma é muito fácil que a criança ou até mesmo o adolescente com essa síndrome não seja notado em suas inabilidades. Assim, vê-se a importância do conhecimento do Asperger por todos os futuros médicos, para que quando formados, sejam perfeitamente capazes de realizar o correto diagnóstico, tratamento e realizar direcionamento eficiente dos pacientes, quando necessitarem de subcombinadamente, atendimentos especializados. Objetivo: O presente ensaio visa discutir a importância do estudo e aprendizado da Síndrome de Asperger pelos estudantes de Medicina durante sua formação, para que independente da área que esses possam futuramente seguir, sejam capazes de identificar e encaminhar um possível paciente para o psiquiatra e equipe multiprofissional o mais precocemente possível, visando contribuir para um diagnóstico prévio, evitando também uma evolução do quadro. Metodologia: O método de pesquisa se baseia na revisão bibliográfica de artigos e manuais relacionados a Síndrome de Asperger. Resultados e discussão: Decerto, quanto antes o diagnóstico de Síndrome de Asperger é realizado pelos médicos, menos prejuízos sociais, de linguagem e comportamentais o paciente apresenta, e maiores serão suas perspectivas de resultado. De acordo com Brito (2014), é necessário que os médicos observem se a criança vem tendo danos qualitativos na interação social, incluindo danos no comportamento não verbal, como dificuldade no uso do olhar, dos gestos, das expressões faciais e dos movimentos corporais; dificuldade em fazer amizades; apego exagerado à rotina e rituais; fala mecânica e muitas vezes rebuscada para a idade, com a formação das primeiras palavras e frases muitas vezes um pouco atrasadas; interesse obsessivo em uma área específica; interpretação literal; presença de habilidades incomuns e hipersensibilidade sensorial. São características que separadamente apresentam diversos diagnósticos diferenciais, como o próprio autismo grave, mas que se observadas conjuntamente podem levar ao laudo correto, que quanto antes for descoberto, melhor será para abordagens médicas, pedagógicas e terapêuticas dos pacientes. Neste viés, Carvalho (2014) denota que a pessoa que apresenta Síndrome de Asperger que atinge a vida adulta sem o correto tratamento ou diagnóstico, tende a vivenciar grandes obstáculos na vida, como dificuldades de convivência no ciclo escolar, pessoal e até mesmo profissional. Conclusão: Conclui-se que, em consonância as afirmativas explanadas, o olhar diferenciado do profissional médico, buscando uma investigação direcionada e um encaminhamento correto do paciente, oportuniza benefícios a este grupo de pessoas e família, já que se sabe que o quão antes a pessoa com síndrome de Asperger receber uma educação especializada, melhor o seu prognóstico.