Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol IV (2019)

Tamanho da fonte: 
SÍNDROME DE HELLER: a importância da multidisciplinaridade no tratamento sintomatológico
Raissa Danielle Duarte Costa, Larissa Abranches Arthidoro Coelho Rocha, José de Alencar Ribeiro Neto

Última alteração: 2019-10-15

Resumo


Introdução: O Transtorno Desintegrativo da Infância (TDI), também conhecido como Síndrome de Heller ou Autismo Regressivo é classificado como um tipo de Transtorno do Espectro Autista localizado dentro dos Transtornos invasivos do desenvolvimento não autísticos, de acordo com o DSM-V. Essa síndrome é rara (1,7 casos em 100.000 pessoas da população possuem a doença).  Mais comum em meninos, pode ser caracterizada como um processo de desordem neurológica, rápido e regressivo das habilidades de comunicação, interação social e psicomotricidade, assim como, comportamento repetitivo e com estereotipias motoras (MUGHAL e SAADABADI, 2018). Têm-se focado, na atualidade, na promoção de estratégias que promovam maior qualidade de vida a este grupo de crianças, diante da doença que é incurável. Objetivo: O presente estudo busca mostrar o quão relevante é a multidisciplinaridade (médicos, psicólogos, psicopedagogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, pais, professores e cuidadores) em relação ao tratamento da Síndrome de Heller e suas complicações, a fim de proporcionar uma melhoria qualitativa de vida para esses indivíduos e seus familiares. Metodologia: O método em questão baseia-se em uma revisão de literatura sobre a Síndrome Heller a fim de esclarecer o caráter incurável desse transtorno e como é significante para os portadores o seu tratamento paliativo. Resultados e discussão: É notória a dificuldade que há na descoberta da etiologia do TDI, o que torna a doença desprovida de cura. No entanto, tratam-se os sintomas da criança (que começam por volta dos 2 a 3 anos), a involução no desenvolvimento da linguagem verbal, comunicação social, controle de esfíncteres, realização de autocuidado que antes eram normais ou com alterações pouco perceptíveis pelos familiares, principalmente em casos que é o primogênito dos pais. Quando ocorre essa síndrome e o diagnóstico é feito em crianças com idades maiores, o caso torna-se mais grave, devido o próprio indivíduo perceber a regressão nas áreas já citadas, o que leva a um desequilíbrio emocional, irritabilidade e agitação necessitando da ajuda de psicólogos para auxiliar no entendimento da doença e, consequentemente, na organização dos pensamentos, orientações e suporte ao paciente. Já em relação a quando ocorre o déficit intelectual é interessante o acompanhamento com o psicopedagogo.  No caso dos distúrbios da fala o acompanhamento é realizado por fonoaudiólogo. Quanto ao desenvolvimento motor prejudicado a fisioterapia é uma ótima aliada. Para tratamento da falta de interação social, comunicação e autocuidado, é relevante a terapia ocupacional. Para educação dos pais sobre a doença utiliza-se a psicoeducação, que vai orientar os familiares sobre o que é a doença, formas que terão que utilizar pra adequar a rotina do portador do transtorno, já que ele apresenta dependência e os gastos financeiros com o tratamento irão ser maiores. Segundo Mercadante (2006), os pais devem entender a gravidade do TDI, principalmente porque se trata de um transtorno que mesmo se realizar todo o tratamento necessário à evolução do paciente é muito pequena, principalmente se comparada ao autismo clássico. Tal fato pode gerar estresse, desespero e desanimação, muitas vezes, dos pais. Além disso, combinam-se esses tratamentos psicoterápicos com o farmacológico para tratamento sintomático e das comorbidades. Outro fator muito importante são as múltiplas especialidades médicas para auxiliar no caso (psiquiatra, pediatra, neuropediatra, dentre outros, conforme necessidade da criança). Conclusão: Conclui-se que, de acordo com o elucidado acima é imprescindível um acompanhamento multidisciplinar com plano terapêutico adequado para cada indivíduo, abordando a sintomatologia e comorbidades do TDI, com o intuito de promover mais funcionalidade e uma melhoria da qualidade de vida desse paciente e de seus familiares.