Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol IV (2019)

Tamanho da fonte: 
ANOS POTENCIAIS DE VIDA PERDIDOS NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA EM DECORRÊNCIA DO CÂNCER: ANÁLISE DE UMA DÉCADA
Jayne Ribeiro Elias, João Vitor Andrade, Eduardo Frias Corrêa Oliveira, Carolina Souza Pinto, Shirley Aparecida da Silveira

Última alteração: 2019-10-15

Resumo


Introdução: o indicador anos potenciais de vida perdidos serve para quantificar o número de anos de vida que, determinada população teria se não viesse a óbito de forma prematura (ANDRADE, et al. 2018). Na coesividade, o câncer ocupa a segunda colocação na causa de mortalidade no mundo, abrangendo o valor de 9,6 milhões no ano de 2018, de acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2019). De maneira análoga, no Brasil, o câncer é a segunda doença que mais leva a morte, sendo superada apenas pelas doenças do aparelho circulatório (BRASIL,2017). No contexto atual, em decorrência da transição nutricional, epidemiológica e demográfica o câncer emerge como um dos principais problemas mundiais de saúde pública, sobretudo pelo seu impacto na mortalidade das populações. Porém, ao analisarmos as taxas brutas e especificas desta mortalidade decorrentes do câncer nos deparamos com um dilema, visto que não somos capazes de, apenas com esses índices, qualificar o impacto social ocasionado pelas mortes prematuras (BANZATTO, 2016). Ante ao supracitado, ratifica-se o impacto ocasionado pela mortalidade prematura, uma vez que a morte possui valor social, sobretudo se ocorre na faixa etária de 15 a 64 anos, atingindo assim a população economicamente ativa, que está no ápice de sua produtividade e criatividade (BANZATTO, 2016). Objetivo: identificar o índice de mortalidade por neoplasias na última década em Viçosa - MG em relação aos Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP). Método: estudo quantitativo, descritivo, de caráter exploratório que utilizou dados secundários referentes à morte por neoplasias no município de Viçosa, estado de Minas Gerais entre os anos de 2008 a 2017, registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde e disponíveis na Internet por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2017). Para a definição clara do que são neoplasias, utilizou-se a Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão, tendo como base os códigos CID - C00-D48. Para o cálculo dos APVP foi utilizada a técnica descrita por Andrade et al. (2018), considerando que a expectativa média de vida da população brasileira até 2017 era de 70 anos. Os dados foram analisados e sistematizados em tabelas de frequência simples no programa Microsoft Excel/Word 2013. Resultados: o quantitativo de óbitos notificados no SIM, de indivíduos abaixo de 1 ano até 69 anos de idade, em decorrência do câncer nos anos de 2008 a 2017 na cidade de Viçosa, foi de 382 o que totaliza 6.359,5 APVP. Do total geral dos óbitos, 54,88% ocorreram no sexo masculino. Em relação aos óbitos na idade economicamente ativa (faixa etária de 15 a 64 anos), estes representam 93,52% e totalizando 5.947 APVP. Percebeu-se que mesmo a ocorrência dos óbitos sendo prevalente na faixa etária de 60 a 69 anos, representando 39,26% do total geral, o maior quantifica de APVP foi entre indivíduos de 50 a 59 anos, o que gera um grave problema econômico para o país, visto que nessa faixa etária os indivíduos estão no ápice da idade economicamente ativa. Conclusão: a predominância de óbitos na população em idade ativa, conforme mostra esse estudo, traz sérias consequências à saúde pública, eleva os custos hospitalares e reduz a mão de obra para o mercado de trabalho formal, sobretudo pelo fato de o câncer ser uma doença crônica. Destarte, não podemos subestimar as consequências devastadoras das mortes por câncer à cidade de Viçosa, visto que desde seu diagnostico a doença acarreta estigmas e medos, assim é essencial a realização de estudos com indicadores que norteiem a tomada de decisões para a implementação de ações efetivas e interinstitucionais de prevenção e tratamento do câncer, seus agravos e consequentemente os óbitos.

Palavras-chave: Câncer; Anos Potenciais de Vida Perdidos; Mortalidade; Epidemiologia.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, J. V. et al. Anos Potenciais de Vida Perdidos no Brasil na última década em decorrência do Câncer. In: X SIMPÓSIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECONOLOGIA DE VIÇOSA, 10, 2018, Viçosa. Anais. Viçosa: FAVIÇOSA, Junho, 2018.  Disponível em: <https://academico.univicosa.com.br/revista/index.php/RevistaSimpac/article/view/1133>. Acesso em: 26 set. 2019.

BANZATTO, S. Perfil de mortalidade no estado de São Paulo no período de 2003 a 2013: o indicador Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) e causas básicas de óbito. 2016. Dissertação (Mestrado em Saúde na Comunidade) - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2016. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-06012017-162347/>. Acesso em: 26 set. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Coordenação Geral de Informações e Análises Epidemiológicas. Sistema de Informações sobre Mortalidade, 2017. Disponível em: <tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def>. Acesso em: 26 set. 2019.

OPAS - ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Folha informativa – Câncer [Internet]. Disponível em: https://www.paho.org/bra.../index.php?option=com_content&view=article&id=5588:folha-informativa-cancer&Itemid=1094. Acesso em: 26 set. 2019.