Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol IV (2019)

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CÂNCER INFANTOJUVENIL NA ÚLTIMA DÉCADA E INTERNAÇÕES HOSPITALARES DECORRENTES DESTE
Jayne Ribeiro Elias, João Vitor Andrade, Eduardo Frias Corrêa Oliveira, Carolina Souza Pinto, Shirley Aparecida da Silveira

Última alteração: 2019-10-15

Resumo


Introdução: crescimento desordenado de células que penetram tecidos e órgãos (INCA, 2018), é a definição usada regularmente para câncer. Na contemporaneidade, é a segunda causa de morte da população brasileira, referindo-se a 205.998 mortes em 2015 (BRASIL, 2016). Câncer infantojuvenil, intitulado assim por compreender a idade de 0 a 19 anos, apresenta características próprias, concernente á histopatológica e ao comportamento clínico (RIBEIRO, VALENÇA e BONAN,2016). Tem como principais sintomas de alerta: cefaleia, êmese, nódulos, edemas, dor óssea e em membros, hematomas e alterações oculares (INCA, 2018).  Representam de 2% a 3% de todos os tumores do Brasil. Trata- se da primeira causa de morte por doença deste grupo etário, no Brasil (INCA, 2018). A supervivência de pacientes oncológicos que se enquadram na categoria infanto-juvenil depende necessariamente da localização do tumor, da histologia e do estadiamento da doença perante o diagnóstico (RIBEIRO, VALENÇA e BONAN). No ano de 2018 foram confirmados 12.500 novos casos de câncer infanto-juvenil (INCA, 2019). Objetivo: o presente trabalho tem o propósito de quantificar e analisar os casos de internações hospitalares decorrentes do câncer infantojuvenil na cidade de Muriaé, localizada no estado de Minas Gerias. Método: o presente constitui-se em um estudo transversal com abordagem quantitativa, feito com base em dados secundários referentes às internações hospitalares por neoplasias no município de Muriaé entre os anos de 2010 a 2019, alocados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). O referido município foi escolhido pelo fato de no mesmo ter um hospital credenciado como Centro de Alta Complexidade em Oncologia. A referida instituição presta atendimentos a uma área de abrangência de 6 macrorregiões de saúde, 18 microrregiões, perfazendo um total de 260 municípios de Minas Gerais e ainda de outros estados, cobrindo um quantitativo populacional de mais de 5 milhões de habitantes. Para a definição clara do que são neoplasias, utilizou-se a Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão, tendo como base os códigos CID - C00-D48. Para análise dos dados, utilizou-se o programa Microsoft Excel/Word 2013. Resultados: no período analisado, foram registradas 2.569 internações de crianças e adolescentes em decorrência de neoplasias. Destaca-se que 40,28% (1.035) das internações foram relacionadas a leucemia, estando este achado em consonância com a literatura que sinaliza que a leucemia corresponde a 25 - 40% do total de cânceres no em crianças e adolescentes.  O segundo grupo de tumor infantojuvenil mais prevalentes é a lesão invasiva dos ossos e cartilagens articulares, os resultados demonstraram que este grupo de tumores, esteve relacionado a 9,3% (239) das internações. Quanto ao sexo, 53,13% (1.365) dos indivíduos internados, eram do sexo masculino. Tratando-se da raça/cor, 48,46% (1.245), dos indivíduos eram de raça/cor parda e 35,14% (903) de raça/cor branca. Por meio da análise dos dados, percebe-se que o número de internações acompanha o aumento no número de casos de câncer. Visto que no período analisado houve um aumento de 130% no número de internações hospitalares decorrentes das neoplasias. Por fim, enfatiza-se que o câncer infantojuvenil é potencialmente curável, mas é necessário o diagnóstico precoce. Possibilitando tratamento mais rápido e menos desconfortável, maior ou total chance de cura, com poucas ou nenhuma sequela, e menores custos, tanto para os familiares quanto sociais e econômicas. Conclusão: os resultados deste, explicitam o quantitativo de internações hospitalares de crianças e adolescentes em decorrência das neoplasias. Trazendo à tona a necessidade de fortalecermos a rede de atenção à saúde, visando melhorar a assistência e o cuidado à saúde de nossas crianças e adolescentes e especificamente em relação ao câncer infantojuvenil, faz-se necessário estruturar intervenções efetivas tanto para o diagnóstico precoce, quanto para tratamento.

Palavras-chave: Câncer Infantojuvenil; Internações Hospitalares; Oncologia.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, J. V.; LINS, A. L. Revisão narrativa sobre os principais cânceres que acometem o público infantojuvenil. In: III Mostra de Trabalhos Científicos UNIFAGOC, 2018, Ubá. Anais da III Mostra de Trabalhos Científicos UNIFAGOC. Ubá: UNIFAGOG, 2018.

RIBEIRO, I. L. A; VALENÇA, A. M. G; BONAN, P. G. F. Odontologia na oncologia pediátrica. João Pessoa: Ideia, 2016. 138p. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/304462627_O_cancer_infantil_dos_primeiros_sinais_e_sintomas_ao_diagnostico>. Acesso em 26 set 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Protocolo de diagnóstico precoce para oncologia pediátrica [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 29 p. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/protocolo-de-diagnostico-precoce-do-cancer-pediatrico.pdf>. Acesso em 26 set 2019.

INCA. Instituto Nacional de Câncer. Brasil. Estimativa 2018/2019: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2018, 130 p. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/estimativa/2018/estimativa-2018.pdf>. Acesso em 26 set 2019.