Última alteração: 2019-10-15
Resumo
Introdução: A cefaleia cervicogênica (CC) é definida pela International Classification of Headache Disorders como uma dor de cabeça causada por desordem dos componentes osteomioarticulares da coluna cervical. A dor se inicia na região occipital, irradiando-se para região órbito-fronto-temporal ou facial. Tratamentos conservadores têm sido utilizados no manejo clínico da CC, sendo a terapia manual uma das modalidades de preferência dos profissionais da área de reabilitação. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar a eficácia da terapia manual utilizando técnicas de mobilização e/ou manipulação no alívio da dor e melhora da funcionalidade em pacientes adultos com CC. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura sobre os efeitos da terapia manual na dor e incapacidade relacionada à CC. Foram incluídos ensaios clínicos aleatorizados que reportaram os efeitos da terapia manual em pacientes adultos com idade de 18 anos ou mais, apresentando queixa de CC de qualquer duração. A terapia manual foi definida como qualquer procedimento com fins terapêuticos que envolve técnicas de mobilização e/ou manipulação sobre os tecidos, incluindo músculos, fáscias, ligamentos, tendões e articulações. As buscas pelos artigos originais foram realizadas nas bases de dados: PubMed, PEDro, CENTRAL (Cochrane), LILACS e SciELO, sem restrição de data e idioma. Resultados: Foram identificados 39 artigos sobre o tema entre os anos de 2000 e 2018. Após análise inicial de títulos e resumos, 13 artigos foram acessados em texto completo e conforme os critérios de inclusão previamente estabelecidos foram selecionados cinco artigos originais para síntese dos resultados. Ao todo, foram avaliados 660 participantes de ambos os sexos, com média de idade de aproximadamente 36,0 (5,8) anos, sendo a maioria do sexo feminino (79%). As principais técnicas de terapia manual utilizadas foram mobilização pelos conceitos Mulligan e Maitland, e manipulação por meio de thrust. Os artigos selecionados mostraram efeitos de longo prazo positivos e clinicamente significativos da terapia manual sobre escores de dor e incapacidade relacionadas à CC, em comparação com nenhum tratamento, placebo ou outras intervenções. Um estudo evidenciou os benefícios da terapia manual mesmo após um período de 52 semanas do término do tratamento. As técnicas de manipulação foram as que demonstraram melhor eficácia clínica. Conclusão: A literatura suporta o uso da terapia manual no manejo clínico de indivíduos adultos com CC. Os profissionais de reabilitação devem busca a melhor combinação de técnicas, conforme a indicação de cada técnica e o quadro apresentado pelo paciente.
Palavras-chave: Terapia manual; Mobilização; Manipulação; Dor; Cefaleia cervicogênica.