Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL III (2018)

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LIBRAS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS: quais são as indagações dos profissionais da escola?
Larissa Abranches Arthidoro Coelho Rocha, Joyce Ramos Fernandes, José de Alencar Ribeiro Neto, Cristiano Andrade Quintão Coelho Rocha

Última alteração: 2018-10-10

Resumo


Introdução: Há uma crescente matrícula de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas regulares, porém são comuns, muitos casos de evasão e fracasso desses educandos. O processo de inclusão é de certa forma, pouco cuidadoso e ancorado à preocupação com custos e eficácia que não garantem o sucesso da aprendizagem. Existem muitos desafios acerca da implantação das propostas inclusivistas. O êxito da inclusão depende de vários fatores. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é a língua dos surdos, sendo fundamental para o seu desenvolvimento em todas as esferas. Contraditoriamente, por vezes, a Língua se mostra como fator de discriminação do surdo na sociedade majoritária. As escolas devem assegurar o trabalho pautado na LIBRAS e nas implicações dela para a aprendizagem. O bilinguismo, no caso dos surdos, é condição para inserção nos meios em que vivem. Cabem às escolas pautar o projeto pedagógico para o sucesso dos alunos com surdez. Apesar das experiências, não há uma diretriz consolidada e os professores ficam limitados por isso. Objetivo: O presente ensaio visa analisar o posicionamento dos diversos profissionais que atuam em escolas inclusivas. Metodologia: A pesquisa foi baseada em revisão de literatura de dados produzidos por entrevistas ancoradas por artigos, dando enfoque para os significados produzidos pelos participantes acerca da inclusão dos surdos. Buscando entender a visão das pessoas que participam da inclusão dos surdos, este trabalho estruturou-se a partir de artigos onde foram verbalizadas opiniões de professores que atuam em escolas e possuem alunos surdos. Resultados e discussão: Para os professores investigados a comunicação é essencial para discutir a inclusão do surdo. A visão sobre a surdez está intimamente ligada ao modo como eles compreendem os alunos, assim como, para o significado da LIBRAS e do bilinguismo como fio condutor para escolarização deste grupo de alunado. A língua de sinais é fator central para o processo de escolarização quando a educação é bilíngue. Muitos autores estudados defendem o bilinguismo porque respeitam a língua do surdo e as particularidades advindas dela. A escola que adotar o bilinguismo deve estar alerta para que os profissionais sejam capazes de se comunicar pelos sinais e o projeto político pedagógico escolar deve respeitar as duas línguas adotadas igualmente. Deve-se ressaltar que como os surdos são minoria, eles podem se sentir oprimidos. O trabalho com o surdo requer uma transformação pedagógica. Muitos profissionais mesmo sabendo da importância da Libras, acabam dando ênfase a Língua Portuguesa e isso faz com que ocorra a evasão e o fracasso escolar do surdo. Existem professores receptivos a LIBRAS e que buscam seu aprendizado no intuito de fornecer uma formação integral aos alunos surdos. Todavia, há também, um grupo de professores que ainda possuem uma visão retrógrada, argumentam que a língua de sinais só deve existir na escola para que facilite a comunicação sem percebê-la como parte da identidade do surdo, de sua cultura, explanando que o surdo deveria se esforçar mais para compreender a Língua Portuguesa e assim dispensar o uso de intérpretes, ou seja, para eles a LIBRAS é só uma ferramenta de acesso. Outros defendem que a língua de sinais é importante para comunicação, mas não deve ser o foco, acreditando que esta, não capacita o surdo. O posicionamento, por vezes, dos professores refletem o pouco conhecimento acerca da LIBRAS e do universo dos surdos, além de certo preconceito sobre essa língua. Muitos educadores defendem uma educação padronizada sob ótica do aluno ouvinte. Alguns admitem e chegama mencionar o respeito às particularidades dos alunos, porém, na prática, a pedagogia, a língua e a cultura, muitas vezes, excluem os que estão fora dos padrões. Os discursos refletem a necessidade de uma maior discussão com relação à família e o impacto de suas concepções, principalmente referente a LIBRAS e à educação do surdo. Conclusão: O posicionamento dos profissionais que se envolvem na inclusão educacional dos surdos trazem à tona questões sobre cultura, linguísticas, abordagens pedagógicas e o impacto no desenvolvimento bicultural do surdo. Há uma lacuna acerca da concepção sobre o surdo, surdez e a língua de sinais. Os professores conhecem as demandas, porém desenvolvem poucas práticas para atender as necessidades dos alunos surdos e assim tem dificuldades de ensinar. Há necessidade de revisão da práxis adotada. A formação bicultural e bilíngue dos surdos deve ser asseguradano aprendizado da língua de sinais e também necessita ser considerada, sempre, emaspectos pedagógicos humanistas e sócio interacionistas implementando modificações positivasno panorama educacional dos surdos focando e rumando ao ensino significativo e de excelência para todos, incluindo verdadeiramenteo alunado surdo.


Palavras-chave


Inclusão; Língua Brasileira de Sinais; Educação Inclusiva; Professores; Alunos surdos.