Introdução: Entende-se que a motricidade é considerada como a motilidade do ser, a capacidade de dominar o corpo, destreza, locomoção. Podemos considerar então a psicomotricidade como sendo uma concepção de movimentos integrados e organizados em prol de experiências vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de sua concepção individual, da linguagem e da socialização. Segundo Fonseca (1996), a psicomotricidade possuía antigamente um caráter clínico e seus estudos estavam voltados para a patologia, porém atualmente grandes profissionais da área pedagógica –Piaget (2012), Mantoan (2017)- ressaltam que a motricidade e a psicomotricidade possuem vivências em diferentes faixas etárias e contextos, possuindo assim alto grau de relevância, em destaque, a etapa do nascimento aos oito anos de idade. Nesta fase da vida, o ser humano constrói alguns pensamentos e conceitos básicos, como o pensamento lógico e o início da construção do pensamento letrado, nas quais envolvem as habilidades de ler, manipular e compreender determinadas temáticas ou assuntos. A este respeito, Oliveira (1977), afirma que é através da visão e da motricidade que o ser humano descobre e se redescobre no mundo, visto que essa descoberta só é significativa quando a criança constrói a capacidade de adquirir noção de espaço, existente entre ela e o objeto que é manipulado. A educação psicomotora é considerada uma educação enraizada na educação infantil, condicionando grandes aprendizados no âmbito escolar, levando a criança a ter consciência de seu próprio corpo, de lateralidade, de saber situar-se no espaço, assim como, a dominar seu tempo otimizando-o em seus gestos, habilidades e movimentos. Objetivo: No âmbito educacional, este estudo, visa à importância de se trabalhar estímulos psicomotores, em ênfase, os psicomotores finos, amplos e grossos; a importância dos movimentos corporais seja através do uso de diferentes ritmos ou de atividades lúdicas que trabalhem as habilidades motoras de acordo com cada faixa etária, por exemplo, seja através da coordenação fina e viso motora, que se faz através de atividades de agrupar, bater, encaixar, manipular, dentre outros. Com isso, o profissional da educação deverá observar as habilidades motoras como construção de pré-requisitos essenciais para a aquisição da escrita, a fim de diminuir as altas taxas de analfabetismos existentes e identificar e ajudar na ausência e/ou na dificuldade de execução destes movimentos. Metodologia: Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica com o intuito de oportunizar análises críticas sobre a Educação e das contribuições advindas do seu exercício prático. Resultados e discussão: Após análise e observação dos resultados, nota-se que as habilidades psicomotoras são consideradas fortes aliadas para o desenvolvimento da linguagem, sendo estas fundamentais para a aquisição da alfabetização e posteriormente do letramento, onde a criança passa a viver em mundo totalmente diferente, letrado, e com isso, é notória a observação que se faz onde algumas escolas seguem um modelo tradicionalista de educação e os professores não sabem e/ou não usam estratégias metodológicas diferentes para auxiliar os alunos e se julgam não serem capazes de identificar se algum aluno possui algum tipo de defasagem motora, pois, alegam não possuir formação específica e não fazem ideia para qual profissional deve encaminhar seus alunos, a fim de auxiliá-los. Com isso se faz necessária, a intervenção precoce com os profissionais que estão à frente das salas de aula, para que as crianças consigam despertar o gosto pela alfabetização, levando em consideração atividades motoras, materiais lúdicos e métodos apropriados que partam do contexto histórico-cultural em que estão inseridas e que possuam significado para elas, juntamente com a necessidade do professor possuir o conhecimento e domínio da lectoescrita, para uma contextualização lúdica e significativa, que desperte o interesse delas para a aprendizagem. Conclusão: Conclui-se que, ante aos expostos refletidos nesta pesquisa, observa-se que as concepções apresentadas são capazes de contribuir com uma reflexão crítica aos profissionais da educação, principalmente quanto à necessidade de um olhar empático para a importância de se trabalhar a psicomotricidade dentro das salas de aula, principalmente as de educação infantil, onde as crianças começam a possuir a concepção delas com o mundo externo, para que estas atividades sirvam de embasamento para o processo de alfabetização que acontece nas séries iniciais do ensino fundamental I. Já quanto ao processo de aquisição da leitura e escrita, é notória, a influência de fatores como a afetividade e a cognição, que são essenciais para que o processo de alfabetização e letramento ocorra de forma satisfatória. Logo, se a criança recebe estimulação de forma significativa e participa ativamente do processo de ensino-aprendizagem, dificilmente ela terá grandes dificuldades no processo de alfabetização e letramento.