Introdução: A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é certamente, um dos maiores pilares para a comunicação, mas ainda pouco utilizada por médicos na clínica para o atendimento e promoção de saúde voltada para população surda. Na Medicina são empregadas diversas formas preventivas às populações de risco, dentre elas, se podem listar os pacientes surdos, que devido à dificuldade na comunicação com profissionais da área médica, acabam por desconhecer informações básicas para melhorar a qualidade de vida e evitar agravos a sua própria saúde, que são mais bem transmitidas pela LIBRAS. Dentre os principais acometimentos a população em geral, pode-se destacar números alarmantes e crescentes de patologias relacionadas ao sistema cardiovascular, que só tendem a agravar com o passar do tempo, se não forem tratadas já nos primeiros sinais. Percebemos que pacientes surdos possuem características únicas que merecem maior atenção e apoio durante o atendimento médico, para que estes se sintam cativados e confiantes a seguirem tratamento e continuem os acompanhamentos, além de transmitir informações pertinentes ao tratamento, sinais ou sintomas que devam ser monitorados, mudanças no estilo de vida e diversas outras formas de promoção da saúde, porém tudo isso só se faz possível através da comunicação eficaz entre o médico e o paciente surdo. Objetivo: O presente ensaio visa enfatizar a importância de informar aos pacientes surdos sobre a promoção e prevenção de doenças cardiovasculares através da comunicação por meio de LIBRAS, a fim, de proporcionar melhoras na saúde destes pacientes. Metodologia: O método de pesquisa se baseia na revisão bibliográfica de estudos clínicos, acerca das pessoas surdas, voltados para o acesso à informação desta população a meios de promoção à saúde cardiovascular. Resultados e discussão: A população surda, em geral, não recebe informações suficientemente adequadas sobre doenças cardiovasculares, acidentes vasculares encefálicos, infarto agudo do miocárdio, sobre a necessidade de controlar os níveis de glicose e colesterol, de praticar atividades físicas e outras informações acerca da patologia apresentada pelo paciente ou do histórico familiar do mesmo. Isso se deve ao fato da complexidade em torno destes assuntos e da falta de preparo médico, por vezes, para atender tal público em específico. Neste constructo, entende-se que médicos que não dominam a Língua Brasileira de Sinais não possuem comunicação direta com o paciente, sendo esse o principal fator da não aderência ao tratamento proposto, não realização de métodos promotores de saúde, levando ainda a diagnósticos tardios dos agravos cardíacos, quando a comorbidade já se encontra instalada e surgem sintomas mais proeminentes. Não restam dúvidas que as informações sobre meios de promoção à saúde cardiovascular levam a avanços na prevenção e no tratamento de doenças cardiovasculares, por alterar comportamentos e condutas que agravam o processo de saúde e doença. Mas para tanto, faz-se necessário estabelecer relações pessoais com os pacientes surdos para que possam entender e esclarecer possíveis dúvidas em relação ao que deve ou não ser feito durante o tratamento, principalmente através do uso da LIBRAS voltada para o atendimento de pessoas surdas, que faz com que a comunicação possa ser desenvolvida com maior clareza, desenvoltura e podendo assim alcançar a população surda que em geral sentem-se introvertidas, retraídas a perguntarem, a manifestar suas vontades e transmitir suas escolhas junto ao profissional médico, para que enfim haja redução do número de cardiovasculopatias decorrentes do estilo de vida, da exposição a certos ambientes prejudiciais à saúde, da alimentação, entre outros fatores etiológicos que podem ser removidos do cotidiano do paciente surdo. Desse modo, evita-se o desenvolvimento da patogênese ou atenue sintomas de patologias pré-existentes. Além disso, é possível reduzir o número de casos de doenças cardiovasculares preveníveis, que chegam a 90% dos casos, através do aumento da conscientização da população como um todo, mas principalmente para as pessoas surdas, que têm menos acesso ainda a tais informações sobre a prevenção de tais doenças. Conclusão: Conclui-se por fim que tais medidas de prevenção a agravos, para surtirem efeito expressivo na redução do número de casos é necessário que haja diálogo médico voltado para a promoção da saúde geral e cardiovascular do paciente surdo. Sendo dessa forma, o papel desempenhado pelo médico na promoção da saúde faz-se muito mais eficiente e relevante se houver comunicação, por meio da LIBRAS, com os pacientes surdos.