Última alteração: 2018-10-10
Resumo
Introdução: A linguagem contempla a comunicação e se materializa no entendimento que se faz presente nas relações humanas. Nesse quesito, os deficientes auditivos se apresentam em desvantagem por possuírem apenas a comunicação não-verbal como ferramenta. Assim, enfrentam grandes empecilhos, alguns deles, na educação e atendimento à saúde. O fato da maioria dos surdos não possuírem acesso a serviços educacionais em saúde social, os tornam bastante vulneráveis a infecções por Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), que associadas ainda à dificuldade no atendimento em saúde, faz-se aumentar a incidência e prevalência de tais morbidades nessa população. Outra causa, se diz respeito à tabus construídos em torno de sua sexualidade: acreditam possuir um retardo sexual quando comparado à outros jovens. Visão pobre esta, que desconsidera o seu interesse em sexo, o desejo, o prazer e consequentemente, a exposição a riscos. As principais fontes de informação a respeito das DSTs, especialmente a AIDS, advêm de revistas e livros, televisão, internet, ou mesmo numa consulta ao médico. Esta última, muitas vezes desinteressada, devido a negligência por parte do profissional pouco preparado para esse tipo de atendimento. Surge então, a necessidade de um cuidado maior sobre esse tema e a inclusão, na tentativa de levar equidade social, educacional e de saúde a estas pessoas, sobretudo através da Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) que é essencial para a qualidade dos serviços, buscando influenciar o comportamento sexual e reduzir a contração dessas enfermidades. Objetivo: O presente ensaio visa não só promover o incentivo da instrução aos surdos sobre a prevenção de DSTs por parte de profissionais de saúde, educadores e familiares, como também a quebra de tabus referentes à sexualidade dos deficientes auditivos. Objetiva a inclusão, sobretudo através da Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) que é essencial para a qualidade dos serviços buscando a excelência no atendimento e consequentemente, redução da contração dessas doenças. Metodologia: O método de pesquisa se baseia na revisão bibliográfica que consiste na pesquisa e avaliação criteriosa de artigos científicos e entrevistas realizados com deficientes auditivos que visaram medir o grau de informação sobre DSTs nesse grupo. Foram revisados também, estudos publicados referentes a comunidade surda e seu acesso à saúde. Resultados e discussão: Depreendeu-se que os surdos têm dificuldade em lidar de forma apropriada com as informações veiculadas. Muitos, conhecem a necessidade de evitar o contágio de DSTs, entretanto carecem de maiores conhecimentos a respeito das formas de contágio. Enquanto outros, ao menos sabem o significado da AIDS e a remetem como algo visível, por exemplo, o emagrecimento. Fica evidente, que informações básicas referentes à transmissão e prevenção dessas doenças não estão atingindo a população surda com eficácia, pois esbarram em limitações inerentes à própria deficiência ou que surgem em decorrência de falhas na educação dos surdos e no seu atendimento por profissionais não preparados. Esses dados tornam explícito a necessidade de alertá-los não só sobre as alterações no corpo que algumas dessas enfermidades podem trazer, mas também da procura por tratamento médico o mais breve possível, tanto individual quanto para o seu parceiro. Conclusão: É certo que, alguns dos surdos, ainda que tenham dificuldade na compreensão de informações veiculadas para ouvintes, conseguem entender parte do que está sendo transmitido, por exemplo, sobre DSTs. Algumas formas de nivelamento devem ser efetuadas para esclarecer e incentivar a tomada de decisão frente à prevenção do contágio das mesmas. Os profissionais de educação e saúde necessitam de um maior domínio da LIBRAS, buscando inteirá-los sobre tais assuntos e efetivar um melhor atendimento diminuindo assim, a incidência e prevalência destas nesse grupo.