Introdução: em decorrência da transição epidemiológica, demográfica e nutricional as doenças cardiovasculares emergem como um problema mundial de saúde pública, sobretudo pelo seu impacto na mortalidade das populações (BANZATTO, 2016). Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS),  explicitam que em 2015, as doenças cardiovasculares levaram 17,7 milhões de pessoas a óbito, representando 31% de todas as mortes à nível global. Mais de três quartos destes óbitos ocorrem em países subdesenvolvidos. Seguindo essa tendência mundial, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 349.642 óbitos no Brasil no ano de 2015 (SIM - BRASIL, 2016). Frente a isso, enfatiza-se a importância da mortalidade prematura enquanto expressão social do valor da morte. Visto que esta, se ocorrida na faixa etária de 15 a 64 anos, atinge a população economicamente ativa, que está em seu período de alta produtividade e criatividade. Objetivo: qualificar o impacto dos óbitos no Brasil na última década em decorrência das doenças do aparelho circulatório, por meio dos Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP). Método: estudo quantitativo, com dados secundários referentes à morte por doenças do aparelho circulatório no Brasil entre os anos de 2007 a 2016, alocados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM - BRASIL, 2016). Utilizou-se para definição de doenças do aparelho circulatório a Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão, códigos I00 a I99. Para o cálculo dos APVP utilizou-se a técnica de Romander e Whinnie, considerando que a expectativa média de vida da população brasileira até 2016 era de 70 anos. Resultados: o quantitativo de pessoas até 70 anos que foram a óbito devido a doenças do aparelho circulatório foi de 3.332.905, o que totaliza 19.769.345 APVP. Do total geral dos óbitos 87,54% ocorreram em idade economicamente ativa (15 a 64 anos), totalizando 17.307.461 APVP. Discussão: a morte prematura influência a economia de um país, visto que essa população está em seu período de alta produtividade e criatividade; portanto essa morte não afetará somente o indivíduo e seu grupo social, e sim a sociedade como um todo, pois esta será privada do potencial econômico e intelectual do indivíduo. Conclusão: as doenças do aparelho circulatório são responsáveis pela perda de muitos anos potenciais de vida, atingindo de forma direta e indireta a população economicamente ativa. Logo faz-se necessário novas pesquisas na temática, bem como a construção e revisão de políticas de promoção e prevenção em saúde.