Última alteração: 2018-10-10
Resumo
Introdução: A comunidade surda ao utilizar a Língua Brasileira de Sinais como meio de comunicação, muitas vezes, encontra diversas dificuldades no acesso aos serviços do setor de saúde. Em outras palavras, as barreiras de linguagem e cultura presente em todo sistema de saúde criam obstáculos significativos na comunicação interpessoal englobando as relações paciente/médico. É direito do paciente surdo receber atendimento adequado e humano, na medida em que consiga compreender as informações e o diagnóstico passado pelo médico. Normalmente, a comunicação que o médico exerce com o paciente que apresenta surdez é através da linguagem verbal, sendo que o ideal é a comunicação através da LIBRAS. Essa comunicação exerce efeito de diminuição da sensação de isolamento e aumenta a satisfação e a participação do paciente no tratamento. Entretanto, a LIBRAS não é compreendida pela maior parte daqueles que prestam atendimento na área de saúde. Em detrimento desta realidade, se faz assim, necessário uma avaliação do processo de formação dos estudantes da área da saúde, que conduza para além das questões técnicas, as humanas. Apenas a partir de uma visão inclusivista, a Organização Mundial de Saúde (2003) apresentou uma nova avaliação das deficiências chamada de Classificação Internacional de Funcionalidade – CIF. Enquanto o Código Internacional de Doenças - CID faz aferição sob o ângulo da enfermidade, o CIF realiza sua avaliação a partir da funcionalidade. De acordo com Rizzo (2002) a CIF legitima a informação sobre o diagnóstico, associada à funcionalidade, o que permite uma percepção mais ampla da realidade da pessoa, facilitando a decisão sobre a forma de intervenção a ser executada. Objetivo: Partindo dos princípios já citados, o objetivo deste trabalho é problematizar a relação médico – paciente surdo no que tange às dificuldades na comunicação interpessoal de ambos. Além dessa questão, objetiva-se, de modo breve, analisar a importância da comunicação de sinais - LIBRAS na formação técnica de especialistas que prestam atendimento na área da saúde. Metodologia: Para tanto, o método de pesquisa se baseia na revisão bibliográfica dos acervos encontrados na base de dados Scielo sobre o assunto, expandindo teoricamente e empiricamente o estudo da relação do paciente surdo com o médico explorando, brevemente, as definições e as problemáticas sobre esta interação quando não estabelecida a LIBRAS. Resultados e discussão: Os pacientes surdos, na maior parte das vezes, não recebem o tratamento adequado técnico e humano, amparados pela comunicação em LIBRAS, daqueles que prestam atendimento nos setores de saúde. Da mesma forma, uma grande parcela de médicos, não tem a formação necessária para lidar com esse grupo específico de pacientes. Para que esse obstáculo seja gradativamente resolvido é imprescindível à adoção do uso da LIBRAS pelo profissional da saúde, sendo importante, para que o paciente surdo seja avaliado e para a finalidade de um tratamento conciso e inclusivo por meio da comunicação estabelecida. Em geral, grande parte dos médicos não se adequaram a essa realidade, que deve ser levada em consideração, para proporcionar ao paciente surdo um atendimento de qualidade e humano. Conclusão: Conclui-se que, há barreiras socioculturais e de comunicação que dificultam a interação entre médico e paciente surdo, portanto é importante se adequar ao contato humanizado de forma a estabelecer vínculo profissional levando em consideração as características peculiares de cada paciente, quão bem deve ser discorrida a conversação por meio do uso de sinais em LIBRAS. Isso favorece beneficamente o paciente surdo a ter um atendimento clínico de qualidade para seu maior conforto e nível de confiabilidade no profissional médico.