Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL III (2018)

Tamanho da fonte: 
PERCEPÇÃO DOS FATORES QUE REDUZEM A BUSCA PELO ATENDIMENTO PÚBLICO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO QUILOMBOLA NO MUNICÍPIO DE ÉRICO CARDOSO-BA
Maria Augusta Coutinho de Andrade Oliveira, kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo, Marcella Alvarenga Abreu, France Araujo Coelho, Jorge de Assis Costa, Cristiane Ferrari Vieira, Igor Monteze Ferreira, Pedro Henrique Costa D'ávila, Roberta Feital Xavier

Última alteração: 2018-10-10

Resumo


Kaique Antônio Moreno Leão de Azevedo1, Marcella Alvarenga Abreu1, France Araujo Coelho2, Jorge de Assis Costa2, Cristiane Ferrari Vieira2, Igor Monteze Ferreira2, Pedro Henrique D´Avila Costa Ribeiro2, Maria Augusta Coutinho de Andrade Oliveira2, Roberta Feital Xavier2.

1Professor do curso de graduação em Medicina da FAGOC

2Acadêmico de Medicina da FAGOC

RESUMO:

Introdução: O sistema público de saúde no Brasil é bastante complexo e por isso, necessita-se de vários estudos minuciosos de seu funcionamento desde a sua “porta de entrada” até o mais completo serviço prestado, e o serviço prestado às Comunidades Remanescentes Quilombolas (CRQs) tem deixado muito à desejar, seja por pouca oferta de serviço seja pela dificuldade de acesso à estes. Objetivo: identificar fatores que reduzem a busca pelo atendimento público de saúde da população quilombola no município de Érico Cardoso-BA . Metodologia: É um estudo qualitativo onde os dados foram previamente coletados através de pesquisa na Secretaria de Saúde de Érico Cardoso, juntamente com informações de moradores locais. Outros dados secundários tiveram como base arquivos públicos, como o DATASUS que administra informações de saúde. Resultados: As CRQs observadas tiveram questões particulares quanto a influência da impossibilidade de que seus habitantes se encaminhem às unidades de saúde. Foram também observadas em comum que a localização extremamente dificultosa impede que os quilombolas possam, mesmo de forma indireta, desfrutar dos meios de saúde disponíveis no município, já que essa resistência vai muito além da disponibilidade desse atendimento. A automedicação, também se faz  presente na realidade dos quilombos, demonstrando que há um certo grau de intertextualidade entre pessoas de culturas e traços distintos. Conclusão: Certificou-se que as características culturais particulares dessas comunidades influem diretamente no andamento do processo sanitário do município. As questões sociais e culturais influenciam consideravelmente no acesso aos serviços de saúde, tornando-os consideravelmente vulneráveis. É importante ainda que estudos desta natureza sejam feitos com a população rural, uma vez que acredita-se que a população rural esteja tão vulnerável quanto a população quilombola.

Palavras-chave: quilombola; Sistema Único de Saúde; universalidade

Palavras-chave


quilombola; Sistema Único de Saúde; universalidade

Referências


ARAÚJO, A.L. et al. Estudos brasileiros sobre automedicação: uma análise da literatura. Rev. Bras. Farm. 2011. São Paulo.

IBGE. População estimada: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais. 2010. Rio de Janeiro: IBGE.

IBGE. Densidade demográfica: IBGE, Censo Demográfico 2010, Área territorial brasileira. 2010. Rio de Janeiro: IBGE.

BRASIL, 1996. Saúde da Família: uma estratégia de organização dos serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, Coordenação de Saúde da Comunidade. CAMPOS, G. W. de S., 1994.

CARVALHO, M. A Saúde Pública em Defesa da Vida. 2.ed. São Paulo: Hucitec. 175p. 1994. Curitiba.

CORTEZ, A. A priorização da família na agenda da política social. In: KALOUSTIAN, S. M. (Org.) Família Brasileira: a base de tudo. 2014. São Paulo.

SANTOS, Renata Carvalho dos; SILVA, Maria Sebastiana. Condições de vida e itinerários terapêuticos de quilombolas de Goiás. Saúde soc., São Paulo. 2014.

TAKASHIMA, G. K. O desafio da política de atendimento à família: dar vida às leis – uma questão de postura. In: KALOUSTIAN, S. M. (Org.). Família Brasileira: a base de tudo. 1994. São Paulo.

JACOBI, P. Descentralização municipal e participação do cidadão: apontamentos para o debate. 23p. 1990. Belo Horizonte.

SANTOS, S. dos; GUARIM-NETO, G. Medicina tradicional praticada por benzedeiras de Alta Floresta. 304p.2003. Mato Grosso.

EE, MERHY. Em busca da qualidade dos serviços de saúde: os serviços de porta aberta para a saúde e o modelo técnico assistencial em defesa. 2016. Rio de Janeiro.

LUCCHESE, P. Descentralização do financiamento e gestão da assistência à saúde no Brasil: a implementação do sistema único de saúde - retrospectiva 1990/ 1995. Rio de Janeiro.

MOURA, G. Quilombos contemporâneos no Brasil in Brasil/África: como se o mar fosse mentira. CHAVES, R., SECCO, C., MACEDO, T.. São Paulo: Ed. Unesp. Luanda/Angola: Chá de Caninde. 2006. Luanda.

VELÁSQUES, C.. "Quilombolas". In: RICARDO, B. e CAMPANILI, M. (Ed.). Almanaque Brasil Socioambiental 2008. Instituto Socioambiental. 2007. P. 234-235.

ANJOS, R.S. Quilombolas: tradições e cultura da resistência.Aori Comunicações. 2006. São Paulo.