Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, II MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS EM SAÚDE UNIFAGOC

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LIBRAS NA PREPARAÇÃO MÉDICA: o impacto na comunicação e relação entre profissionais médicos e pacientes surdos
Beatriz Guiducci Carvalho, Luisa Dos Santos Mosqueira, Maria Fernanda Oliveira Valente, Cristiano Andrade Quintão Coelho Rocha, Larissa Abranches Arthidoro Coelho Rocha

Última alteração: 2023-03-28

Resumo


Introdução: A Língua Brasileira dos Sinais (LIBRAS) foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão através da Lei n° 10.346, de abril de 2022. Tal marco foi importante para gerar maior visibilidade e acessibilidade da LIBRAS, promovendo aumento da inclusão social de pessoas surdas. Neste viés, visando uma melhora da comunicação entre profissionais e pessoas surdas, foi criado o decreto 5.626 de 2005 que define LIBRAS como disciplina obrigatória nos cursos de magistério ou licenciatura e optativa em outros cursos da educação superior. Entretanto, apesar de tais medidas que visam melhorar o preparo médico para uma maior inclusão das pessoas com deficiência auditiva na sociedade, ainda é notável o despreparo destes profissionais, gerando uma barreira comunicativa entre médicos e pacientes. Sendo assim, o primeiro passo para um acesso aos serviços de saúde seria o rompimento desta barreira. Objetivo: O presente ensaio objetiva salientar a importância da introdução da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na formação médica como disciplina obrigatória, como forma de proporcionar uma melhor relação entre o médico e o paciente. Resultados e discussões: Ainda existem crenças que colocam os indivíduos surdos numa posição de inferioridade em relação a população ouvinte quando são tratados como pessoas deficientes. Discussões são importantes para maior inclusão dos surdos ao acesso aos serviços primários de saúde, pois na maioria das vezes os deficientes auditivos não conseguem estabelecer uma relação com os prestadores de serviços dessa área, apresentando uma propensão a recorrer apenas a serviços de urgência e emergência. No presente estudo foi observado que a maioria dos alunos que estão prestes a concluir sua formação no curso de medicina não sabem libras e tão pouco possuem alguma habilidade de comunicação. Além disso, foi feito um levantamento para analisar a contribuição da disciplina “Fundamentos de Libras”, optativa na grade do curso de medicina da UFMG no qual foi observado que apenas 3 pessoas tiveram adesão à disciplina. Assim, nota-se uma deficiência voltada ao preparo de estudantes de medicina para realizar atendimentos de pessoas com perda auditiva e ainda pouco se sabe como esses pacientes são acolhidos por médicos já formados. Metodologia: O método de pesquisa se baseia na revisão bibliográfica de artigos. Conclusão: Logo, conclui-se que, apesar dos incentivos aplicados na forma de leis e decretos, instituindo a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como possibilidade de formação de médicos ainda não apresenta resultados tão satisfatórios, uma vez que, a maioria dos estudantes de medicina e dos profissionais da saúde não tem domínio dessa língua. Diante disso, nota-se um prejuízo na comunicação entre médicos e pacientes surdos, acarretando em dano na assistência à saúde. Diante do exposto, tal estudo visa salientar a necessidade de novos estudos e práticas capazes de conscientizar a população e principalmente os profissionais da saúde a importância do domínio da LIBRAS, rompendo com crenças negativas e preconceituosas; promover a compreensão e inclusão dos surdos na sociedade, contribuindo para uma assistência à saúde centrada no paciente com deficiência auditiva, de forma humanizada e eficiente, visando uma maior legitimação a esse grupo social.

PALAVRAS-CHAVE:

LIBRAS; Formação Médica; Atendimento clínico; Saúde.