Introdução: A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi oficializada como língua em 24 de abril de 2002 pela Lei n° 10.436, o que concretizou um avanço para a inserção social da comunidade surda brasileira, porém, ainda é necessário evoluir em diversos aspectos desse longo e desafiante processo, já que a pessoa surda ainda é marginalizada pela sociedade e vista como incapaz. A LIBRAS é uma língua como qualquer outra, com particularidades e características que refletem a sua autenticidade, a qual possibilita a interação de indivíduos surdos entre si e também com os ouvintes. Ela apresenta elementos marcantes que a compõem e são imprescindíveis para efetivar a sua compreensão, como a expressão facial, que permite a transmissão de sentimentos, emoções e expressões corporais, com o intuito de complementar os sinais. Objetivo: O presente estudo visa demonstrar a relevância da utilização da expressão facial na interação da comunidade surda, dando ênfase na sua contemplação na relação dos médicos com os pacientes surdos durante a consulta, com o enfoque do reconhecimento das próprias emoções e dos demais, de modo a efetivar uma comunicação mais clara e empática com os indivíduos que dependem dessa interação visual para compartilhar o que estão sentindo, quais as suas necessidades e pensamentos. Dessa maneira, compreende-se que tal feito não se deve somente pela transmissão da mensagem contida nos sinais, mas também a expressão do sentimento emocional e físico do emissor, o que é faz total diferença para o surdo. Nesse viés, mostra-se imprescindível que os estudantes de medicina e médicos possuam o hábito de praticar a expressão facial durante a prática dos sinais, a fim de que o atendimento de um paciente surdo possa ser o mais esclarecedor e objetivo possível, por exemplo, quanto ao horário da ingestão de determinado medicamento e como proceder quando portarem de alguma doença ou condição física que requer cuidados específicos, como a realização de curativos. Metodologia: O método de pesquisa se baseia na revisão bibliográfica de leis asseguradas por meio de Políticas Públicas, assim como, no estudo de crenças de médicos em formação, acerca das pessoas surdas, antes e após o estudo na disciplina LIBRAS. Resultados e discussão: A LIBRAS é uma língua visual-espacial usada pela comunidade de surdos brasileiros, que viabiliza recursos dispostos em sinais para a comunicação clara e direta, enfatizando assim a importância de profissionais da saúde buscarem o entendimento desses atributos a fim de uma consulta mais humanizada e acessível, tais como a configuração de mão, movimento do corpo, espaço de sinalização e as expressões faciais que marcam seu papel significativo no processo de aprendizagem e difusão dessa língua. A atenção voltada à expressão facial tem sido cada vez mais abordada pela sua contribuição notável nas emoções, transações e sentimentos, mostrando-se nitidamente indispensável em conjunto com os sinais para uma boa discussão. Desse modo, é evidente que não pode ser esquecida ou ignorada, principalmente na abordagem clínica, como se apenas a execução correta dos sinais fosse o suficiente na mensagem a ser disseminada, e é válido ressaltar os pontos principais e as funções da expressão facial para o indivíduo que está aprendendo ou quer iniciar uma conversa mais inclusiva com o usuário dessa língua. Conclusão: Infere-se, portanto, que a expressão facial desempenha o papel impreterível de humanizar a perspectiva em relação aos sentimentos dos usuários da língua de sinais, e que muitas vezes passa despercebida durante a conversa entre ouvintes, mas mostra-se de extremo valor no cotidiano da pessoa surda ao ser atendida pelo médico, e por isso é um critério fundamental para ser entendido e debatido, de modo a ser praticado efetivamente.

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