Introdução: No Brasil, a desigualdade social e de renda provocam a pobreza em grande parte da população, onde os menos favorecidos possuem pouco acesso à saúde e como consequência, uma baixa qualidade de vida. Este contraste que gera a falta de recursos básicos, também marca as condições de saúde bucal dessas famílias, onde aqueles que possuem uma quantia maior de dinheiro possuem os melhores tratamentos, sejam eles para a prevenção da saúde oral ou para curar uma doença já instalada e os menos favorecidos permanecem vulneráveis e reféns do acesso aos serviços de saúde pública, que nem sempre tem os melhores resultados. As pessoas em situação de vulnerabilidade social por não terem acesso aos materiais básicos para uma higiene oral adequada, apresentam elevados níveis de doenças bucais, visto que, nesses casos, apresentam outras prioridades, como alimentar-se, por exemplo, sendo considerada mais importante sua sobrevivência frente as tantas precariedades (MARTINS et al.,2019). E como resultado, uma experiência ruim e presente em quase todos os casos é o convívio com a dor. A situação de vulnerabilidade social leva as pessoas a desenvolver um quadro de saúde bucal precário, que com o passar do tempo se torna um problema na vida pessoal do indivíduo, onde acarreta danos na saúde física e psicológica. A educação e a sociedade que o cidadão está envolvido pode levar a precariedade da saúde bucal, assim como a falta de recursos ou conhecimentos para adquirir produtos para a higiene oral correta e a falta de acesso a tratamentos odontológicos. Essa deficiência na manutenção bucal pode ter consequências como baixa-estima das pessoas que sofrem perda dentárias precoce, cáries, periodontites, entre outras doenças causando falta de confiança, comprometimento nas atividades, desmotivação e dificuldade na comunicação, nos relacionamentos e aprendizados. Estudos apontam que a cárie é a doença mais comum em adolescentes, principalmente os que apresentam uma baixa renda, e está ligada a falta de acesso ao tratamento odontológico, dieta precária, higiene oral insuficiente e inadequada, pois essas pessoas não possuem acesso a tratamentos odontológicos na mesma proporção que necessitam, o que, degrada ainda mais a saúde bucal. A dentição, na maioria das vezes, demonstra a oportunidade que o ser humano obteve de vencer ou não as suas mazelas sociais (Moreira et al.,2007). Objetivo: O presente ensaio objetiva demonstrar a importância de ser oferecida assistência odontológica as pessoas em situação de vulnerabilidade no trato da saúde bucal. Metodologia: O método de pesquisa se baseia na revisão bibliográfica de estudos públicos feitos por universidades brasileiras, dessa forma relatando Condições de Saúde Bucal de Crianças e Adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Resultados e discussão: Os resultados foram descritivos e analisados através de artigos, constatou-se que o conhecimento das pessoas e profissionais sobre a vulnerabilidade está relacionado as baixas condições socioeconômicas e a falta de informações acuradas. Os principais fatores da causa são questões culturais, desvalorização sobre a importância do cuidado, sofrimento e traumas psicológicos, priorização de outros pontos, falta de profissionais, entre outros fatores que influenciam o indivíduo a não visualizar a importância da saúde bucal. Conclusão: Conclui-se que, no Brasil, a desigualdade social provoca concentrações dos níveis de pobreza e falta de recursos em grande parte da população, onde poucos possuem acesso a saúde, tendo como consequência baixa qualidade de vida. O hábito de ir ao dentista, em regiões de vulnerabilidade social é uma realidade distante, deste modo, medidas preventivas e projetos sociais para recuperação da saúde bucal, devem ser realizadas com maior frequência para que haja diminuição da falta de conhecimento dessas pessoas sobre a importância da saúde bucal e também diminuição do número de crianças e adolescentes com perda precoce dos dentes.

PALAVRAS-CHAVE

Vulnerabilidade; Atendimento clínico; Saúde.