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Introdução: O ciclo menstrual (CM) é um processo fisiológico que, em média, dura 28 dias, caracterizado por oscilações nos níveis dos hormônios estrogênio, progesterona, hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH), os quais promovem diversas alterações sistêmicas. Presume-se que essas flutuações hormonais impactem o desempenho físico feminino ao longo do ciclo. Objetivo: Caracterizar o perfil de universitárias quanto às características menstruais, uso de contraceptivos, prática de atividade física e percepção da influência do CM sobre o desempenho físico. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional e transversal, conduzido com 17 universitárias do Centro Universitário Governador Ozanan Coelho – UNIFAGOC (Ubá/MG). O protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (parecer nº 81134424.4.0000.8108), conforme as diretrizes da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. As participantes, com idades entre 18 e 30 anos, apresentavam CM regular ou faziam uso de contraceptivo oral, e não possuíam histórico de doenças musculoesqueléticas ou cardiometabólicas. A coleta de dados foi realizada mediante aplicação de um questionário estruturado abordando dados demográficos, características menstruais, uso de contraceptivos, prática de atividade física e percepção da influência do ciclo menstrual no desempenho físico. Posteriormente, cada participante foi avaliada em três momentos distintos do CM: fase folicular inicial, fase folicular tardia e fase lútea média. Em cada fase, foram realizados testes de força de preensão manual para mensuração da força muscular e aplicação a Escala de Humor de Brunel (BRUMS), instrumento validado para avaliação do estado de humor, permitindo a análise de variações emocionais ao longo das fases do CM. Resultados: A média de idade das participantes foi de 20,65 ± 3,69 anos, com IMC de 24,7 ± 4,84 kg/m². A maioria das voluntárias relatou ter ciclo menstrual regular (70,6%) e 47,06% faziam uso de contraceptivos orais. Cerca de 58,82% usavam aplicativos para monitoramento do CM e 47,06% realizavam acompanhamento ginecológico regular. Quanto à prática de atividade física, 47,06% realizavam exercícios regularmente, com predomínio da musculação (62,5%). A percepção de que o CM interfere negativamente no desempenho físico foi relatada por 82,35% das voluntárias. Conclusão: A maioria das universitárias investigadas percebeu impacto do CM sobre seu desempenho físico. Apesar da adesão significativa ao uso de aplicativos de monitoramento, o acompanhamento ginecológico ainda não é realizado pela maioria. Observou-se que o IMC médio das participantes esteve próximo ao limite para sobrepeso, sugerindo a necessidade de atenção à composição corporal e à promoção de hábitos de vida saudáveis. Esses achados ressaltam a importância de estratégias combinadas de educação em saúde e apoio profissional no cuidado à saúde de mulheres adultas jovens.Palavras-Chave: Ciclo menstrual; Desempenho físico; Saúde da mulher; Universitárias; Atividade física.