Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol III (2018) - n.1 - I Semana de Psicologia - FAGOC

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As dificuldades encontradas dos movimentos sociais
Romário Machado Ferreira, Aline Joice Ribeiro, Rosilaine Moreira Gazola, Fabrícia Rodrigues Sudré Laktini, Jonathan Allysson Moreira

Última alteração: 2018-05-18

Resumo


Introdução: As diretrizes curriculares nacionais para o curso de psicologia orientam uma formação generalista devido a diversidades de campos e possibilidades de atuação. Dentre esses campos, os movimentos sociais se tornam um caminho em nossa profissão. Os movimentos sociais são caracterizados por conjuntos de ações coletivas de caráter sócio-político e cultural que viabilizam formas distintas da população se articular e expressar suas demandas. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo apresentar aos discentes e docentes do curso de psicologia é de outros cursos de graduação, o fundamento das atividades históricas de conquistas das terras do MST, situado em Visconde do Rio Branco. Bem como, as dificuldades encontradas nos dias atuais para transitar e adentrar certos espaço público e privados.

Metodologia: O estudo trata de uma pesquisa de campo fundamental, de abordagem qualitativa e objetivos exploratórios. Para alcançar os objetivos deste trabalho, foi realizado uma entrevista semiestruturada e a gravação de áudio visual. A população alvo foi formada por 4 (quatro) integrantes do MST. No ato da filmagem foi solicitado a autorização do uso da imagem de cada entrevistado e do MST para a propagação do assentamento entre os acadêmicos, professores e as redes sociais.

Resultado: Conhecer a realidade locoregional dos Movimentos Sociais em plenos século XXI é de suma importância para a desconstrução da visão unificada e dos paradigmas históricos construídos através das mídias sociais, crenças sociais, pois permite aos discentes e docentes uma reflexão críticas das desigualdades sociais enfrentada pelo movimento ao longo dos anos. A ocupação ocorreu no dia 14 (quatorze) de março de 2005 (dois mil e cinco). Não houve enfrentamento entre os membros do movimento com os proprietários, militares, pois a terra já havia sido desapropriada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. Após a descoberta da desapropriação; os membros do movimentos reivindicaram que essas terras fossem direcionadas para sanar as dificuldades que o movimento enfrentava nas rodovias de Belo Horizonte. Sendo assim, os líderes do movimento convocam estas famílias que estavam em rodovias, para ocupar de maneira simbólica a fazenda, pois o fazendeiro tinha tempo para se retirar das terras. Mesmo assim, por questões políticas do movimento eles continuaram, pelo fato da fazenda ser propriedade do governo federal.  Encantados com as políticas do assentamento Olga Benário, os discentes convidaram os assentados para compartilhar o processo histórico de ocupação na cidade de Visconde de Rio Branco e suas principais atividades diárias no assentamento. O convite foi realizado, pois fazia parte de uma metodologia de ensino que pregava a desigualdade social. Mediante a aceitação dos membros do MST, os discentes repassaram para o corpo docente os recursos necessários para a propagação do assentamento no meio universitário. Sendo acordado entre discente e docentes o dia da apresentação.  Aproveitando a oportunidade, os assentados se prontificaram a levar as hortaliças, leite, pães e os temperos, afim de propagar de forma pacifica os objetivos do assentamento. Próximo ao evento, ninguém respondia aos discentes sobre a logística para o acolhimento dos assentados, solicitamos aos docentes e coordenação, porém, sem êxito. Faltando um dia para o evento, entramos em contato com o movimento e desmarcamos a sua participação. Sem argumentos, os discentes simplesmente ficaram envergonhados e irritados com o posicionamento da instituição.

Conclusão: Diante dos desafios enfrentados ao longo dos anos para conquistas da reforma agrária, ainda se percebe uma resistência cultural no que tange a circulação dos Movimentos Sociais nas instituições públicas e privadas. As questões políticas e capitalista ainda corrompem a imagem dos movimentos sociais, através dos tele jornais, rádios e outros meios de comunicação. Que apresenta uma visão distorcida para população, que por preguiça intelectual; reproduz sem saber a fundo os reais preceitos. Sendo assim, vivemos em uma era do pragmatismo, que fundamenta em percepções conservadora de uma sociedade igualitária, porém, o que se tem é uma extrema desigualdade social histórica que nos permeia da escravidão até os dias atuais. Portanto, diante das dificuldades vivenciadas pelo assentamento e pelos discentes no processo de inclusão universitária, percebemos um fator excludente no que tange sua inserção para a disseminação pensamento e conhecimento nos espaços privados. Sendo incoerente com as práticas de ensino e aprendizado, que fomenta a construção teórica e prática, pois, construímos uma experiência única enquanto teoria e nos frustramos em ser renegado na propagação das práticas.


Palavras-chave


Movimentos Sociais; Graduação, Desigualdade