Última alteração: 2018-05-17
Resumo
Introdução: O amor é um sentimento que permite o indivíduo o amadurecimento, buscando sempre a união das emoções em prol das condições que visam preservar a sua integridade própria e a sua individualidade. Sendo ele uma força ativa no homem, uma energia que interrompe e diferencia um homem de outro, levando-o a superar o sentimento de isolamento e de separação, permitindo-lhe, porém, ser ele mesmo, e reter sua integridade. Deste modo, o presente trabalho busca apresentar os cinco objetos de amor para Erich Fromm, (Amor Fraterno, Amor Materno, Amor erótico, Amor Próprio e o Amor de Deus). Visando refletir sobre as mudanças contemporâneas no que tange à existência de amar.
Metodologia: Trata-se de uma metodologia qualitativa, caracterizada por levantamento bibliográfico, realizado a partir da obra “A Arte de Amar”, do autor Erich Fromm.
Resultados: Mediante a revisão da obra de Erich Fromm, podemos afirmar que o amor fraterno é o amor mais humanizado; é a base para os demais objetos de amor. No que tange o amor fraterno, verificamos que ele se caracteriza pela união entre os homens, pelo sincronismo, pela responsabilidade humana e solidariedade. É o processo que permite ao indivíduo um certo distanciamento do ter (carro, inteligência, dinheiro, entre outros,) e prioriza a natureza humana e a essência dos homens. Já o amor materno ou paterno é uma afirmação incondicional da vida, do filho e de suas necessidades. A essência do amor materno ou paterno está em cuidar do desenvolvimento do filho. Isso implica em conseguir ver o filho separado de si mesmo/a. Somente assim, se desfaz a simbiose e se fortalece na existência do amor. O amor erótico, por sua vez, é o anseio de uma fusão completa, na união de duas pessoas. Talvez essa forma de amar seja a mais líquida e enganosa, e, por sua natureza mais passageira constitui-se por um ato de vontade. O amor próprio é a auto aceitação de si em sua integralidade. Segundo a literatura, para amar a si próprio, deve-se ser capaz antes de amar os outros. Enquanto amares outra pessoa menos que amas a ti mesmo, não conseguirás amar a ti mesmo, mas se a todos amares igualmente, sem exclusão de ti, amá-los-ás como uma só pessoa. E, por último, o amor de Deus, amor de graça, plenitude, finitude. Um amor transcendente, um ato único. Ele é construído pela fé, é um amar sem ver, É acreditar por sentir, por vislumbrar, por pensar. A natureza do amor de Deus corresponde à natureza do seu amor ao homem.
Discussão: Dentro deste cenário, percebe-se que os objetos de amor citados por Erich Fromm, atualmente vem se desconstruindo pela inversão de valores, no qual o amor passou a ser sinônimo de TER. Isso implica que, na necessidade de compreendermos a sua teoria a partir de um relativismo histórico, o que implica em reconhecer nos modos de amar. Na era contemporânea, os cincos objetos de amor podem ser entendido de outra cinco maneira. Amor fraterno a partir desumanização; amor materno a partir rejeição; amor erótico a partir relações compulsivas; amor próprio a partir egoísmo e amor de Deus de recompensas. Desta modo, a vida líquida e a correria do cotidiano, permite a alguns sujeitos a vivenciar a dialéticas entre os amores, porém, deveriam voltar o olhar para a essência dos homens, para a natureza intima do contato afetivo e fomentar a importância de estar junto ao outro, compreendendo em sua integralidade, dando-os oportunidade para o crescimento e a busca pela autenticidade. É acreditar que o SER (relacionamentos interpessoais, afetos, emoções e um universo de possibilidades.) humano é o mais valioso e engrandecedor do que o TER (bens materiais, status, entre outros,). Portanto, devemos buscar refletir sobre nossa existência e qual o papel humano na contemporaneidade. E quais atitudes devemos tomar para fomentar um mundo cheio de possibilidades; cheio de igualdade de direito, principalmente um mundo de amor pelo outro, pelas diferenças etnias raciais, diferenças de gêneros e de todos os grupos. E ai, você está afim de quebrar este paradigma e ajudar a construir uma sociedade melhor?