Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol II (2017)

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Vida Líquida: uma cultura rebelde e ingovernável.
Rafaela Tolomeu Messias, Romário Machado Ferreira, Jaqueline Duque Kreutzelfeld Toledo

Última alteração: 2017-09-20

Resumo


Introdução: Segundo Zygmunt Bauman, a ideia de cultura foi trazida como um termo de abreviação, taquigráfico. A cultura não nasceu com o sentido que hoje ela tem, ou seja, sua origem não veio como um termo descritivo. Ao logo do tempo, das observações diante do termo criado e as vivências, que cultura passou a ter significado. Então assim, o termo “cultura” entrou no vocabulário como o nome de uma atividade intencional. Portanto, o presente trabalho, realizado por alunos do curso de Psicologia tem como objetivo apresentar de as relevâncias das transformações culturais e ingovernáveis que nos rodeiam. Metodologia: Trata-se de uma metodologia qualitativa, de finalidade básica, caracterizada por referência bibliográfica de cunho explicativo. Realizado sobre o tema abordado. Resultado: A literatura nos apresenta que o termo “cultura” entrou no vocabulário com a intenção de alguma coisa, digamos que ele já veio baseado a limitação do ser humano, em determinada época, grupo, sociedade, usando a ética, a moral, a história. Após a criação, o enquadramento do termo a vida dos seres humanos, tanto o homem quanto a mulher, que na Era Moderna eram considerados seres não maleáveis, passam então, a serem vistos como seres que necessitam de ajustes e melhoras, tais ajustes e melhoras vindo do conceito “cultura”. Concebido no interior de uma família, o termo “cultura”, de conceitos que incluía expressões como “cultivo”, “lavoura”, “criação”, todos significando um cuidado, sendo ele um aperfeiçoamento ou até mesmo uma prevenção, ou seja, essa relação que o agricultor tem em cultivar a semente, isso tudo desde o início, nós seres humanos também temos, o nosso cultivo vem dos nossos responsáveis também, assim como a semente necessita de cuidados para seu aperfeiçoamento e prevenções, nós necessitamos de limites e direções. Assim como o que é colhido pelo agricultor não nasce sozinho, nós seres humanos também não somos feitos, somos construídos. Todo esse processo de cultura já tinha existência até mesmo antes de existir, era chamado de gerencia, tinha como objetivo o mesmo que hoje a cultura tem, não um objetivo, mas um papel, conseguir impor limites, direções, ou seja, nasce aqui o início de uma manipulação, desde então nunca fomos livres, sempre fomos iludidos. Hoje, antigamente e futuramente, não importa em que tempo estejamos à cultura, gerencia, gerenciamento, continuará sendo a visão do mundo social, onde é repassado formas de condutas e comportamentos, e não importa à forma que ela assume, ela sempre vai ser medida por normas que tenha relação aos padrões impostos de fora. Discussão: Contudo, a questão é está, submetidos, o que podemos e não podemos, nem sempre estaremos de acordo com o que nos é passado, e assim nasce outro tipo de cultura, aquela particular, que muitas das vezes é contra a pressão geral. Mas então você se questiona: “Cultura particular?” Sabemos que nossa cultura é tradicional, aquela obtida na nossa socialização primária, de pais para filho, pois então, logo depois vivemos uma segunda fase de nossa vida, a socialização secundária, é nesse ponto que nasce a cultura particular, nasce dos nossos confrontos, do que não aceitamos, nasce contra a pressão geral, como uma reivindicação: ”eu não aceito”. Mas todo esse conflito, seja ele por parte da socialização ou culturalmente, é essencial para a construção do ser humano. Se colocarmos diante do nosso pensamento tais perguntas: “O que era cultura? E o que hoje é cultura?”. Entraremos de frente com o momento em que vivemos, cultura de antigamente nos traz o ar de essência, aquilo que tem significado e significante, mas a cultura de hoje em dia perdeu seu valor, passou a ser vendido em lojas por aí, passou de valor como essência para valor como produto. Isso tudo porque a cultura acompanha a realidade, e a nossa realidade é essa vida líquida, é essa sociedade onde a sua cultura não é mais tradição, não são mais normas, e sim transformada em apenas uma palavra consumismo. Foi deixada de lado a estrutura social, e foi colocado então como matéria, um celular novo é cultura, um facebook é cultura, mas e a cultura? Onde está? Perdeu-se por aí, os encontros, as interações, não somos mais feitos disso. Mas então, de que somos feitos agora? Somo seres ordinários, vazios, incapacitados de fechar ciclos, mas com um consumismo incontrolável. Quem somos nós? Quem somos, talvez nem sabemos, mas sabemos quem seguimos, seguimos nossos governantes, essa massa que nos manipula, que encobriu nossa cultura de outro significado, que nos deixaram assim, perdidos, sem lugar, aliás, de todos os lugares, mas de lugar algum.  Somos feitos do que nos falta, e não do que se tem de sobra.


Palavras-chave


Cultura; Psicologia; Vida Líquida;