Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol II (2017)

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TRAUMA CERVICAL COMPLEXO: LARINGOTRAQUEOPLASTIA COM ENXERTO CARTILAGINOSO E ABORDAGEM DAS LESÕES ASSOCIADAS
Renan Liboreiro Kilesse, Matheus Costa Cabral, Talia Dias Ribeiro, Bruno dos Santos Farnetano, Renato Gomes Pereira, Filipe Moreira de Andrade

Última alteração: 2017-09-20

Resumo


INTRODUÇÃO: O trauma cervical apresenta elevada mortalidade e morbidade, conferindo grande relevância no atendimento nos serviços de emergência. OBJETIVO: Relatar um caso sobre um trauma cervical corto-contundente, por acidente com esmerilhadeira. METODOLOGIA: Análise de prontuário e discussão do caso com equipe assistente. RELATO DE CASO: VCS, sexo masculino, policial militar, 47 anos. Vítima de acidente com esmerilhadeira, apresentando leão corto-contundente em zona 2 cervical, região ântero-lateral esquerda. Admitido no Serviço de Trauma do Hospital Santa Isabel, encaminhado por colegas do Batalhão de Polícia Militar, em insuficiência respiratória aguda, com hemorragia profusa e escape aéreo pela ferida cervical. Devido à impossibilidade de progressão do tubo orotraqueal, e destruição laringo-traqueal, optado pela traqueostomia de emergência, com introdução de tubo orotraqueal 7,5. Após manobras iniciais de estabilização, o paciente foi encaminhado ao centro cirúrgico, sendo identificadas: lesão de esôfago, lesão extensa de cartilagem laringe com exposição das cordas vocais, lesão de cricóide e traqueia proximal, secção de veia jugular anterior e veia jugular externa. Durante o procedimento cirúrgico, realizou-se: rafia de esôfago, ressecção da placa anterior da cricóide e reconstrução laríngea utilizando enxerto de cartilagem costal após modelamento da mesma. Optado por manter órtese laringo-traqueal do tipo Tubo em T de Montgomery de 14mm transglótico e jejunostomia. RESULTADO: Tomografia computadorizada no 7º dia pós-operatório revelou posicionamento adequado do Tubo T e ausência de extravasamento de contraste via oral pelo esôfago, com mesmo resultado após ingesta de azul de metileno, permitindo o início de dieta via oral no nono dia pós-operatório. Alta no décimo primeiro dia pós-operatório. DISCUSSÃO: O trauma corto-contundente no pescoço apresenta elevada morbimortalidade devido às estruturas vitais contidas nesta região. É importante ficar atento a qualquer alteração da via aérea do paciente, pois uma via aérea segura, seja por intubação orotraqueal, cricotireoidostomia ou traqueostomia, é a principal abordagem inicial da equipe médica de um serviço de emergência nestes casos. CONCLUSÃO: A rápida abordagem do caso, obtenção de via aérea definitiva, com intervenção cirúrgica adequada, foram essenciais para o sucesso do tratamento.

Palavras-chave


Trauma cervical complexo; laringotraqueoplastia.