Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol II (2017)

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UMA NEUROSE OBSESSIVA: “O HOMEM DOS RATOS”, O SOFRER DOS PENSAMENTOS
Jhonathan De Oliveira Feital, Kátia Aparecida Souza Silva, Alessandro Pierassol, Jaqueline Duque Kreutzfeld Toledo, Bruno Feital Barbosa Motta

Última alteração: 2017-09-18

Resumo


“O Homem dos Ratos” é nomeado pela Psicanálise como um neurótico obsessivo, desde seus sintomas a suas fantasias, onde o amor e o ódio se entrelaçam por completo o tempo todo em seus sentimentos. O presente resumo científico tem como objetivo geral analisar o caso intitulado de “O Homem dos Ratos” descrito por Sigmund. Quanto ao método trata-se de uma pesquisa qualitativa de finalidade básica e objetivos exploratórios. Para a produção dos dados, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em livros, artigos e filmes ligados ao caso “O Homem dos Ratos”. Resultado: “ O Homem dos Ratos”, foi o pseudônimo atribuído por Freud a Ernst Lanzer para descrever o caso de neurose obsessiva. “O jovem tenente Ernest Lerhs, havia procurado Freud tomado de vivo sofrimento e muita aflição, seguindo a orientação de um amigo querido”. (RIBEIRO, 2003). Deu-se início quando o tenente Lerhs perdeu seus óculos no acampamento militar e pediu imediatamente ao seu oculista para enviar pelo correio um par de óculos novo. Em meio dessa trajetória, sentou-se com o capitão que narrou um cruel suplício que, segundo ele, se aplicava no Oriente. Tomava-se um tonel, com uma única abertura, e nele se colocavam ratos faminto onde sentava o infeliz supliciado nu, oferecendo seu corpo a única saída possível. (RIBEIRO, 2003). Quando seu par de óculos chegaram, o capitão entregou-lhe um pacote e disse: O tenente Z pagou o postal, você deve reembolsá-lo. “O tenente Lerhs jurou mentalmente fazê-lo e completou em pensamento a frase do capitão: “senão o suplício dos ratos será aplicado à moça que eu amo e a meu pai”. (Ribeiro, 2003). Sendo assim, Lerhs, foi de encontro com o tenente Z para quitar sua dívida do reembolso do postal e no meio dessa trajetória descobriu que quem pagou a quantia devida era uma senhora que trabalhava no correio. Discussão: No caso clínico “O Homem dos Ratos”, algo gerou uma angústia: medo de que pudesse acontecer algo de terrível a duas pessoas que amava: seu pai e a mulher amada, compulsões: cortar a garganta com uma lâmina e bloqueio de atos em razão de associações absurdas que fazia entre eles e alguma ideia obsessiva. (PRADO, 2009). Lerhs teve em sua infância, um trauma e que se deslocou para sua consciência como uma memória que estava em seu inconsciente, recalcado e que veio a tona, por meio desse sintomas a angústia, a aflição, o sofrimento e o medo de perder quem ama, pois, o pano de fundo de um obsessivo é o prazer, o gozo. Durante o seu discurso, o homem dos ratos, utiliza o corpo supliciado para retratar os seus sentimentos, em outras palavras, um corpo que clama por misericórdia. Esse corpo supliciado seria o seu inconsciente manifestando, através de sua fala, do quão foi destrutíveis e dolorosas lembranças de sua infância. Sendo assim, percebe-se que o tenente Lerhs. Quando se sentia ameaçado o ódio apresentava rapidamente em seu semblante, porém, ele não dava conta disso, somado a isso, desejava a morte de seu pai por causa do amor que sentia por sua governanta. A fantasia do tenente Lerhs, representa sua vida imaginária, que concebia para ele uma história própria, como exemplo, que quando adolescente desejava uma menina e que ela só namoraria com ele, se seu pai morresse e que assim, ela sentiria pena dele. O obsessivo: homem dos ratos, padronizou em sua psique humana toda a história para ter o amor correspondido. Ele reprimira (recalcando no inconsciente) seu ódio aos seis anos de idade, e esse ódio apenas apareceu como culpa, aparentemente sem motivo em uma neurose obsessiva. Segundo Freud, o tratamento chegou a seu ponto de retorno, o caminho ficou livre para a solução da imagem do rato, tendo aceitado depois de uma luta de dez meses, a relação de amor e ódio com o seu pai. “ele estava apto a me contar coisas que eu pude refazer e explicar o motivo das histórias sobre os ratos” (FREUD, 1909). O tratamento do homem rato durou onze meses.

 


Palavras-chave


Neurose Obsessiva; Psicanálise; O homem dos Ratos; Sofrimento psíquico.