Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol II (2017)

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Espaço Jovem: dando voz ao adolescente
Cristina Toledo, Ana Paula Friz Mariquito, Ivaldo Franciso Oliveira, Prisciliana Silva Monteiro Passos, Auxiliatrice Caneschi Badaro

Última alteração: 2017-09-16

Resumo


A Organização Mundial de Saúde define como adolescentes as pessoas na faixa etária entre 10 e 19 anos, porém esta definição não é unânime entre as legislações e entre os teóricos do desenvolvimento humano. A adolescência já foi historicamente considerada como um período de turbulências e conflitos, e, até hoje, encontramos conseqüências desta visão em práticas e discursos estereotipados sobre esta fase da vida. Diante disso, muito se discute sobre práticas em psicologia que envolve o público adolescente no âmbito escolar e este trabalho se insere neste contexto. A escola, devido à possibilidade de acesso aos jovens, é considerada, em grande parte do mundo, o local privilegiado de intervenções com objetivo de prevenir comportamentos disfuncionais entre os que ali freqüentam. Diante de tais discussões, o objetivo deste trabalho foi a construção de grupos de adolescentes com a finalidade de problematizar temáticas propostas pelos mesmos buscando dar voz a eles. Como método foi realizado grupos de discussão com algumas dinâmicas, objetivando motivar e buscar os fatores e sentimentos intrínsecos dos adolescentes. Diversas atividades foram realizadas no decorrer do processo, visando a descarga emocional dos jovens e promovendo autonomia ao colocá-los no lugar de protagonista dentro daquele espaço. O público alvo foi constituído de adolescentes, com idades variando entre 13 a 18 anos, entre alunos do 8º ano Fundamental até o 3º ano do ensino médio da referida escola. As atividades foram realizadas no contra turno e todos os alunos interessados poderiam participar. A média de adolescentes que aceitaram o convite variou entre 5 a 8 alunos por encontro. Os temas levantados por eles foram juventude, sexualidade, gênero e liberdade, depressão, assédio, ansiedade, abuso sexual, drogas, moral e ética, direito e deveres dos homens e mulheres, autonomia, estudo e trabalho, carreiras, desejos, entre outros. Como resultados, buscou-se, através do grupo, trabalhar com a autoestima, ideologias e papeis, mas a medida que o grupo foi se concretizando, percebeu-se como o vínculo ali constituído foi gerando questões emocionais relatadas a partir das vivências dos participantes, levando à reflexão sobre a importância do trabalho coletivo e da confiança no próximo. Acredita-se que as atividades direcionadas aos jovens devem levar em consideração o contexto sócio, histórico e cultural no qual fazem parte e, portanto, precisa ser esboçado a partir de suas vivências. Conclui-se, a partir desta experiência, que é fundamental criar espaços em que o adolescente possa ser ouvido e ser tratado como autor de sua história, permitindo assim a desconstrução de estereótipos e a reconstrução de outros modos de vivenciar esta fase da vida.


Palavras-chave


adolescência; estereótipo; psicologia social; escola