Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol II (2017)

Tamanho da fonte: 
Diástase, Hérnias Abdominais e Lipoaspiração: Um breve panorama das relações entre as bases anatómicas abdominais e procedimentos cirúrgicos eletivos.
Matheus Costa Cabral, Mariana de Almeida Giffoni, Renan Liboreiro Kilesse

Última alteração: 2017-08-23

Resumo


OBJETIVO GERAL - Reunir informações acerca da anatomia aplicada da diástase, hérnias abdominais e lipoaspiração e descrever, de maneira sucinta, a relação dos princípios da anatomia básica com esses procedimentos cirúrgicos abdominais.

MÉTODOS - O estudo trata-se de uma revisão de literatura, na qual as fontes Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e BVS (Biblioteca Virtual de Saúde) foram utilizadas, filtrando artigos disponíveis, em português ou inglês e artigos publicados entre 2010 e 2015. Os descritores utilizados foram: anatomia abdominal, diástase, hérnia e lipoaspiração. Os critérios de seleção escolhidos foram artigos que contemplavam a descrição da anatomia da parede, cavidade e vísceras abdominais, enfocando os aspectos cirúrgicos da hérnia abdominal, diástase e lipoaspiração.

RESULTADOS: O abdômen consiste na parte do tronco onde se aloja a maior parte das vísceras, com exceção do coração, pulmões e timo e protege seus órgãos através de uma parede muscular. Por serem cirurgias eletivas, a lipoaspiração, tratamento cirúrgico de hérnia inguinal e a diástase, possuem o benefício de ter um resultado mais confortável e previsível, uma vez que a variante do acaso e das circunstancias de emergência é removido.

DISCUSSÃO - Laparotomia ou incisão cirúrgica é basicamente a abertura cirúrgica da cavidade abdominal. Também é utilizado, com menor frequência, o termo celiotomia que significa incisão da parede abdominal em qualquer região. Pode-se considerar então que laparotomia e celiotomia são termos sinônimos. A correção cirúrgica da diástase é realizada através do descolamento de toda a pele e gordura da parede anterior do abdome e da sutura dos músculos abdominais, a partir de um corte na região inguinal até o apêndice xifóide. Faz-se a aproximação dos músculos fixando-os pela aponeurose (junção anterior das fáscias dos músculos abdominais). Terminada a cirurgia, coloca-se um dreno como o intuito de prevenir a formação de hematomas e seromas (acúmulo de líquido). Possíveis complicações são: necrose gordurosa e da pele; deiscência de sutura; embolia gordurosa e pulmonar, depressões, além de abaulamentos. O tratamento das hérnias abdominais é cirúrgico. Quando não oferece risco ao paciente, a cirurgia é eletiva, isto é, sem pressa e com decisão e aprazamento definidos por ele e pelo médico. O estrangulamento herniário causa risco de vida e exige tratamento imediato, de urgência. Durante as primeiras horas do estrangulamento pode-se tentar reintroduzir manualmente o conteúdo do saco herniário para dentro da cavidade abdominal e, então, programar o tratamento cirúrgico posteriormente. No entanto, decorridas seis ou mais horas do estrangulamento, a redução já não é mais indicada. Indica-se cirurgia de imediato, pela gravidade decorrente da gangrena do intestino. Atualmente, a videolaparoscopia mantém uma posição de destaque no tratamento da hérnia inguinal, resultando em menor tempo de internação, bem como uma recuperação mais rápida. No entanto, infelizmente, demanda uma cirurgia de maior custo financeiro, sem influenciar os índices de recidiva da hérnia inguinal. Uma maneira utilizada pelos médicos como forma de verificação de qual tipo de hérnia a ser tratada é colocar o dedo através do canal inguinal e se a protrusão encostar na ponta do dedo trata-se de uma hérnia indireta e se atingir a parte ventral do dedo trata-se de uma hérnia direta. Já a lipoaspiração pode ser realizada com seringa a vácuo, com lipoaspirador, vibrolipoaspirador e aparelho ultrassônico (emulsificação da gordura), sendo a escolha de qualquer destes do médico. O primeiro passo consiste em, através de pequenas incisões, realizar a infiltração abaixo da pele, nas áreas de maior acúmulo de gordura por uma cânula bem fininha. Pela cânula, é passado, para a área a ser lipoaspirada, soro fisiológico e anestésico local, que deixam a gordura local mais frouxa facilitando sua aspiração, e substância vasoconstritora, como por exemplo, adrenalina, que fecha os vasos sanguíneos para não ter perda de sangue na área de atuação. Após a infiltração, a cânula é inserida nas áreas infiltradas e é realizado movimentos de “vai e vem” que solta e separa a gordura. Para a remoção da gordura solta no organismo, é feito uma sucção com um aspirador cirúrgico conectado ao lado oposto da cânula. Após a sucção, as incisões são fechadas e é colocado um curativo compressivo.

REFERÊNCIAS

Leite ACN, Araújo KKBC. Diástase dos retos abdominais em puérperas e sua relação com variáveis obstétricas. Fisioter. Mov. 2012; 25(2):389-397.

Saldadinha OR et al. Lipoabdominoplastia: redução das complicações em cirurgias abdominais. Rev. Bras. Cir. Plast. 2011; 26(2):275-279.

Tazima MFGS, Vicente YAM, Moriya T. Laparotomia. Medicina (Ribeirão Preto). 2011; 44(1):33-38.


Palavras-chave


anatomia abdominal; diástase; hérnia; lipoaspiração.