Última alteração: 2017-08-23
Resumo
OBJETIVO GERAL - o objetivo do presente estudo é realizar um diagnóstico situacional do aumento na incidência de casos de febre amarela no estado de Minas Gerais e correlacionar esse aumento às características ambientais e sociodemográficas desse estado.
MÉTODOS - Realizou-se uma busca de artigos científicos para embasamento teórico nos sites ScIELO e PubMed. Foram utilizados dados epidemiológicos do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COES), fornecidos pela Secretaria de Vigilância em Saúde.
RESULTADOS - Torna-se evidente o número expressivo de casos confirmados e em investigação de febre amarela, bem como maior número de óbitos notificados por esta causa no estado de Minas Gerais em relação aos demais estados brasileiros. O estado de Minas Gerais possui algumas condições que representam as prováveis causas do aumento expressivo da incidência de febre amarela, sendo elas: susceptibilidade imunológica, condições climáticas favoráveis, possível emergência de uma nova linhagem genética do agente etiológico e maior circulação de pessoas e macacos infectados pelo vírus.
DISCUSSÃO - O número expressivo de novos casos de febre amarela na região sudeste pode ser fruto da maior susceptibilidade imunológica da população exposta a esses vetores, provavelmente desenvolvida devido a campanhas de vacinação ineficientes, bem como menor combate à replicação do vetor. Outro fator relevante é a alta prevalência de vetores e hospedeiros primários, primatas, presentes na região sudeste do Brasil, particularmente em Minas Gerais. Tal fato propicia maiores chances de o agente etiológico replicar, aumentando exponencialmente, e apresentando maiores chances de entrar em contato com o vetor, que por sua vez será o transmissor do agente etiológico para o ser humano. As condições climáticas favoráveis da maior parte do estado de Minas Gerais também contribuem para a provável justificativa, particularmente o aumento expressivo das chuvas nos períodos em que há aumento da incidência de casos de febre amarela. Assim, o clima quente e úmido, típico de país tropical, favorece a reprodução do vetor. É provável que ao longo de anos em contato com a especíe humana e com primatas, houve a emergência de uma nova linhagem genética do agente etiológico mais resistente aos mecanismos imunólogicos do hospedeiro e isso, aliado à maior susceptibilidade imunológica do hospedeiro, pode ser um dos fatores que contribui para o aumento massivo do número de casos de febre amarela. O aumento da circulação de macacos e pessoas contribuem também para a maior disseminação do agente etiológico, cuminando em maiores probabilidades de este entrar em contato com o vetor e ser transmitido ao hospedeiro humano. É possível notar que o aumento de novos casos de tal doença culmina em grandes impáctos para a saúde pública. O número significativo de óbitos por febre amarela demonstra a fragilidade do sistema público de saúde perante a tal situação. Sendo o estado de Minas Gerais o que apresenta maior número de casos novos, é crucial que as possíveis causas da reemergência de febre amarela acima descritas sejam analisadas com o intuito de evitar aumento da incidência e de óbitos por essa causa.
REFERÊNCIAS
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