Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol I (2016)

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INDÍCIOS DE VIGOREXIA EM HOMENS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO NA CIDADE DE RIO BRANCO - MG
Gustavo Leite Camargos, Tatiane da Silva Faustino, Alexandre Augusto Macedo Correa

Última alteração: 2016-10-01

Resumo


Na sociedade contemporânea, o corpo tem se tornado cada vez mais como um dos principais espaços simbólicos na construção dos modos de subjetividade da nossa época. A imagem corporal pode ser definida como uma construção multidimensional que mostra como os indivíduos se comportam e como reagem a respeito de sua forma física. O IMC associado à imagem corporal pode constituir um instrumento eficaz para avaliar o grau de insatisfação corporal do indivíduo. Alguns estudos mostram que indivíduos que praticam musculação e atividades aquáticas possuem uma insatisfação com o seu corpo. Essa insatisfação leva o indivíduo a desenvolver transtornos psicológicos, como a vigorexia, que pode ser considerada uma distorção da imagem corporal, fazendo com que os indivíduos submetam o seu corpo a altos níveis de exercício físico, a ponto de exceder a sua recuperação, por não se considerarem fortes o suficiente. O objetivo deste estudo foi o de identificar a presença de indícios de vigorexia em homens praticantes de musculação na academia de Visconde do Rio Branco-MG e suas percepções sobre a própria imagem corporal. Para a avaliação da percepção da imagem corporal, foi utilizado um conjunto de silhuetas destinado a homens praticantes de musculação. Para ser feita a avaliação dos indícios de vigorexia, foi aplicado um questionário composto por 10 questões fechadas, cuja classificação foi estabelecida mediante um somatório de pontos assinalados para cada resposta. Participaram do estudo 29 indivíduos do sexo masculino, com média de idade de 28 anos (DP 5,58) e que tenham frequência de 3 vezes na semana na academia. Quanto ao tempo de frequência na academia, constatou-se que 55% pratica a musculação a mais de 4 anos de atividade, 7% entre 3 e 4 anos, 34% entre 2 até 3 anos e 3% entre 1 até 2 anos. Ao identificarem-se com uma silhueta, em medidas de IMC, 7% se referiu com IMC de 12,5 (silhueta 1), 17% com IMC de 15 (silhueta 2), 21% com 17,5 (silhueta 3), 17% 20 (silhueta 4), 10% 22,5 (silhueta 5), 17% 25 (silhueta 6), 7% com 27,5 (silhueta 7) e 3% IMC de 30 (silhueta 8), ficando a silhueta 3 (17,5 de IMC) com a maior pontuação. Sobre a forma desejada, foi possível identificar, 14% com IMC de 20, 14% 22,5, 31% 25, 31% 27,5, 3% 30 e 7% com ICM de 32,5. A média da diferença entre o IMC apontado e o desejado foi de 5,35 (DP 3,57). Além desses resultados, 7% se considera satisfeitos com sua forma (IMC), 41% desejariam aumentar um pouco em IMC, 48% aumentariam muito em IMC e 3% diminuiriam pouco em IMC. Os escores de vigorexia demonstraram uma média de 6,28 com DP de 4,06 indicando que 55% da amostra pontuou entre 0 a 7 (“fique tranquilo pois você não está dentro dos padrões considerados vigoréxicos”), 34% de 8 a 10 (“seu comportamento ainda está normal, mas já precisa se preocupar”), 7% de 11 a 15 (“procure colocar a atividade física e a saúde como forma de bem estar, não destrua seu corpo em virtude das cobranças para um corpo perfeito”) e 3% de 16 a 21 pontos (“todos os indícios indicam a vigorexia, procure um médico especialista para conhecer mais sobre o assunto”). Ao realizar o teste de chi-quadrado entre as variáveis categóricas de satisfação e vigorexia, constatou-se que, mesmo controlando para a variável tempo de frequência em academia, não houve associação estatisticamente significativa (p=0,3933). Concluímos que, na amostra pesquisada, não houve associação entre distorção de imagem corporal e a vigorexia ainda que 10% tenha apresentado indicativos do transtorno.

 

Palavras-chave: vigorexia, imagem corporal, musculação, anabolizantes.