Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol I (2016)

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ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE
Gustavo Leite Camargos, Sthéphane Pereira, Luiz Felipe Lopes da Silva

Última alteração: 2016-10-01

Resumo


Uma das maiores conquistas de qualquer sociedade é o aumento da longevidade de sua população, e hoje em dia, esta é uma realidade até mesmo nos países em desenvolvimento. O Brasil tende a passar por diversas modificações socioeconômicas no entanto, o envelhecimento da população vem acompanhado por vários desafios, dentre eles a promoção e manutenção da qualidade de vida entre os idosos. A atividade física é bastante importante para todas as pessoas, principalmente para aqueles que possuem um pouco menos de capacidades motoras. Não só a atividade física em si, mas sim a inclusão de idosos em grupos de convivência, podendo aumentar o número de amizades, e afastar um pouco a solidão, obtendo assim um convívio melhor com as pessoas ao seu redor. Desta forma, o objetivo deste estudo foi o de avaliar a possível associação entre níveis de atividade física e o nível de independência do sujeito para a realização de dez atividades básicas da vida diária. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, realizado na cidade de Ubá, Minas Gerais, no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). A amostra do estudo foi composta por 40 indivíduos, com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos.  Foi considerado critério de inclusão ter idade igual ou superior a 60 anos e estar cadastrado em algum projeto do CRAS. Foram excluídos da pesquisa idosos que possuíam alguma deficiência física (i.e. amputados, cadeirante, etc.) e/ou neurológica. O nível de atividade física foi avaliado através do Questionário Internacional de Atividades Física (IPAQ) versão curta, e o nível de independência através do questionário de Barthel. Para a análise dos dados foi utilizado o software InfoStat® com análises de estatística descritiva, teste Qui-quadrado e Correl, buscando identificar a relação entre as frequências entre as variáveis categóricas do IPAQ e as variáveis categóricas do Barthel. A média da idade na amostra pesquisada foi de 72,73 anos (DP 9,32). Quanto aos dados descritivos, foi possível identificar que, 90% era do sexo feminino, 70% consideradas ativos, 20% insuficientemente ativos e 10% sedentário. Ao avaliar o nível de independência, 40% da amostra foi considerada independente, 55% com grau leve de dependência, 3% dependência moderada e 3% com um nível grave de dependência. Na análise estatística entre a possível associação entre as variáveis nível de atividade física e nível de independência, na amostra pesquisa, foi possível perceber que não houve associação estatisticamente significativa (p=0,7061) entre as variáveis. Além disso, ao ser controlado para a variável sexo, não houve uma associação estatisticamente significativa entre as mesmas variáveis. Na análise descritiva da frequência entre essas variáveis, foi possível identificar que, dos considerados sedentários, 75% possuem nível de independência e 25% um nível leve de dependência; dos considerados insuficientemente ativos, 25% são independentes e 75% com leve dependência; dos ativos, 39% eram independentes, 54% com leve dependência, 4% moderada dependência e 4% com grave dependência. Os resultados do teste de correlação apresentaram uma correlação de 0,79 para as variáveis idade e Ipaq, 0,46 para idade e Barthel e, 0,16 para Ipaq e Barthel. Com estes resultados, foi possível concluir que, na amostra pesquisada, o nível de atividade física não influenciou o grau de independência das atividades de vida diária e que, a correlação positiva ente idade e atividades física indica que com o aumento da idade houve também um aumento do nível de atividade física desenvolvida.

Palavras-chave: idoso, nível de dependência, nível de atividade física.