Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, Vol I (2016)

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Processos de subjetivação nos modos de habitar a cidade
Joana Cardoso Lopes Venâncio, Camila Ferro Machado, Cecília Segheto Reis, Cristiane Rodrigues Freixo, Franklin Toledo Teixeira, Jefté Moraes Souza, Lara Ferreira Robert, Larissa Irene Silveira de Oliveira, Laura Vieira de Castro, Leon Dutra Paiva, Luiz Claudio Ferreira Alves, Yuri Gomides Cazita

Última alteração: 2016-10-01

Resumo


Processos de subjetivação nos modos de habitar a cidade

Habitar a cidade se diversifica. Como modo de “ganhar a vida”: em malabarismos nos sinais de trânsito, lava rápido dos carros em estacionamentos de pontos dos centros; nas coletas seletivas de materiais reciclados nas portas de lojas e galerias comerciais; em buscas de clientes sob a pouca luz das noites escuras ou nos clarões da lua. Em derivas pelas ruas e avenidas: no vai e vem, sob pontes, ao abrigo de marquises, em “não lugares”.

Na tentativa de inventar o cotidiano da cidade como nos propõe Certeau (2008); no caminhar pela cidade enquanto uma filosofia, defendida por Gros (2010) o LAPIDAR* vem buscando interações com o  Ninguém (Gagnebin, 2006), (Homero, 2011) na composição do cenário urbano nos dias atuais. Esse e essa Ninguém nos interessa nos modos ardilosos de habitar que para nós se desenha no direito a cidade, como nos aponta Tavolari (2016) na evocação conceitual de Harvey, Lefebvre entre outros.

Como objetivo geral, busca-se escutar em narrativas dialogadas os processos de subjetivações que engendram os Ninguéns que se esquivam das políticas públicas do habitar a cidade, em seus modos singulares e diferenciados de existir.

Metodologia

O que baliza as atividades teóricas práticas do LAPIDAR* é o não enquadramento do (a) Ninguém. Estar em interação e escutar narrativas desse e dessa Ninguém que habita a cidade. Em viadutos se abrigam, moram sob a ponte, em improvisada morada na encosta do morro rente a rua ou transitam dia e noite abrigados (as) pelas eiras e beiras citadinas.

Em metodologia que nos lança para junto ao público alvo (Thiollent, 2011), a escutar o existir (Gagnebin, 2006), os estudos desenvolvidos tem mobilizado em nós a ida a campo na interação e escuta narrativa objetivada.

Resultados

Na expectativa de não repetirmos algumas intervenções produzidas nas políticas públicas assistenciais em vigor, temos ouvido, olhado e transitado a cidade não mais no corre - corre das calçadas ou do tempo medido dos sinais de trânsito. As vidas narradas por aqueles e aquelas que habitam as ruas na invisibilidade dos (as) Ninguéns, nos tem oferecido diferenciados sentidos e não apenas significado único do que seja a cidade.

Discussão

Nossas tentativas de interações continuam no cotidiano da urbe. Temos tido necessidade de nos desfazermos de modos de transitar, olhar, sentir a cidade para que possamos fazê-lo pelo viés da rua.

 

Palavras-chave:

*LAPIDAR – Laboratório de Práticas Instituintes Deflagradoras de Arranjos Reterritorializantes