A escola, por muitos anos, foi sendo constituída como um espaço de transmissão de conhecimentos acadêmicos, dando um enfoque apenas ao caráter cognitivo no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Como resultado deste modelo, temos um sistema educacional que negou a sua função social no que tange ao desenvolvimento de competências psicossociais que poderiam contribuir para uma inserção mais adaptativa dos alunos em seu contexto. Buscando uma nova forma de se pensar a escola, acredita-se que ela pode ser um espaço para prevenção de problemas socioemocionais, tais como a prevenção de comportamentos agressivos, que tem sido cada vez mais comum na atualidade. Para tal, autores como Del Prette e Del Prette (2003), descrevem a importância de serem fomentadas habilidades que estimulem a conduta pró-social, como a empatia, a resolução de problemas interpessoais e a autorregulação emocional. O objetivo geral deste trabalho é desenvolver um projeto de intervenção para a promoção da empatia com adolescentes, a partir da interação entre estes e pessoas idosas.  Ele é resultado de um projeto de iniciação científica, estando ainda em construção.  A metodologia utilizada é uma pesquisa-intervenção com um grupo de adolescentes e idosos. Inicialmente, está sendo realizada uma entrevista com os idosos com o objetivo de produzir um material audiovisual sobre os seus principais eventos de vida, assim como pesquisas genealógicas onde eles trarão de seus arquivos pessoais, fotos antigas que sirvam de ilustração e reflexão para as articulações e discussões nos grupos e posteriormente para a montagem dos vídeos. Na fase seguinte, será realizada uma avaliação do nível de empatia dos adolescentes participantes do projeto, através da Escala de Empatia para Crianças e Adolescentes de Bryant (1982) adaptada.  Eles assistirão aos vídeos e farão uma breve discussão. Após a finalização de todo este processo, os adolescentes serão reavaliados pela escala de empatia para análise de dados estatísticos quanto ao desenvolvimento de tal habilidade. Além da escala, faremos registros qualitativos com entrevistas com os adolescentes e com os profissionais da escola. Este estudo tem, portanto, como referencial teórico os estudos sobre empatia, considerando-a como um elemento fundamental para o desenvolvimento sociocognitivo de crianças e adolescentes.  Leva-se em consideração também que fatores ambientais desempenham um papel importante no processo de promoção desta habilidade. Espera-se encontrar resultados positivos quanto à promoção da empatia a partir da intervenção proposta.

Palavras-chave: empatia; adolescentes; idosos; sociocognição.

Referências Bibliográficas

BRYANT, B. K. An index of empathy for children and adolescents.Child Development, v. 53, n. 2, p. 413-425, 1982.

DEL PRETTE, A.; DEL PRETTE, Z. A. P. Aprendizagem socioemocional na infância e prevenção da violência: questões conceituais e metodologia da intervenção. In: DEL PRETTE, A.; DEL PRETTE, Z. A. P. (Orgs.). Habilidades sociais, desenvolvimento e aprendizagem. Campinas: Alínea, 2003, p. 83-127.