O fenômeno do crescimento populacional é um acontecimento mundial com influência emdiversas áreas, como a epidemiologia, economia e psicologia. Dentre os fatores de observação da influência do processo deenvelhecimento da população, estão as doenças crônicas, transtornos mentais, qualidade devida e suporte social. OGrupo de Qualidade Vida da Organização Mundial da Saúde definiu qualidade de vida comoa percepção que o indivíduo tem sobre a sua posição na vida e no contexto de sua cultura, deacordo com os sistemas de valores da sociedade em que vive em relação aos seus objetivos,expectativas, padrões e preocupações. Alguns autores apontam para uma relação direta entre qualidade de vida e intensidade de sintomasdepressivos, ou seja, indivíduos que avaliam negativamente sua qualidade de vida apresentamsignificativamente mais sintomas depressivos. Além disso afuncionalidade cognitiva de idosos se apresenta relacionada à sua saúde e à sua qualidade devida. Diante disso, o presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa transversal,observacional, realizada no município de Ubá/MG, em março e abril de 2016, com 127idosos, com o objetivo de testar a hipótese que maiores índices de qualidade de vida estãoassociados à menores indicadores de depressão. Foram aplicados, após o aceite e assinaturado termo de consentimento livre e esclarecido, em dois encontros com cada idoso, osinstrumentos: Whoqol-bref e a Escala de Depressão Geriátrica. A média de idade da amostrafoi de 67 anos (6,67-DP), 68% do sexo masculino, 80% com uma doença crônica e uso demedicamento, 20% residindo sozinhos, 49% com primário completo, 28% casados e 54%viúvos. Quanto às dimensões do Whoqol, os maiores valores nas dimensões foram o desuporte insuficiente (49% na dimensão física, 54% dimensão psicológica, 42% dimensão dasrelações sociais e 54% meio ambiente). A média geral do suporte social foi de 66%insuficiente, 16% moderado e 18% satisfatório. Na percepção da qualidade de vida, 34%referiram-se insuficiente, 20% pouco suficiente, 31% razoável, 13% bom e 3% suficiente. Osíndices de depressão foram 42% sem depressão, 52% com sintomas moderados e 6% comsintomas graves. Ao realizar as análises estatísticas através do teste chi-quadrado, buscandoidentificar níveis de significância entre as possíveis relações sócio-demográficas (sexo, idadecategórica, possuir doença crônica, uso de medicamento, morar sozinho, estado civil eescolaridade) e os indicadores de Suporte Social (dimensão física DF, dimensão psicológicaDP, dimensão das relações sociais DRS, dimensão de meio ambiente DMA, suporte socialgeral SSG, percepção subjetiva de qualidade de vida PQV e satisfação com a saúde SS), foipossível perceber que, apresentaram p<0,05 as relações entre Idade categórica e a DF(p=0,0484), Sexo e PQV (0,0378) e, Escolaridade e PQV (p=0,0074). Nas relações entre osindicadores de Suporte Social e Níveis de Depressão, com p<0,05 apresentaram-se associadaa DF (0,0266), DP (0,0001), DRS (0,0003), DMA (0,0006), SSG (0,0041) e PQV (0,0170).Não houve relação significativa entre as variáveis sócio-demográfica e depressão. Osresultados demonstraram que na população pesquisada houve uma associação estatisticamentesignificativa entre seis dos sete indicadores de suporte social e os níveis de depressão bemcomo a relação significativa entre sexo e idade com a percepção subjetiva de qualidade devida. Além disso, as análises descritivas demonstraram baixos níveis de suporte social emtodas as dimensões bem como mais da metade da amostra com sintomas depressivos (58%).Esses achados vão ao encontro de outras pesquisas demonstrando a necessidade de seentender melhor a relação entre suporte social e transtornos mentais e a aplicação destesrecursos pela psicologia no tratamento dos transtornos mentais.

Palavras-chave: Idoso; Qualidade de Vida; Depressão; Cognição.