Última alteração: 2016-10-02
Resumo
A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica inflamatória do sistema nervoso central, de natureza autoimune, caracterizada pela infiltração de células do sistema imune, destruição localizada da mielina e perda de oligodendrócitos. Este processo inflamatório envolve células T, células B, macrófagos, anticorpos, proteínas do complemento e citocinas. A EM afeta aproximadamente 2,5 milhões de pessoas no mundo, com prevalência que varia entre 1 e 150/150.000 habitantes dependendo do país e população específica. No Brasil, estudos recentes afirmam que o número de casos registrados é, em média, de 15 casos para cada 100.000 habitantes na região sudeste. Até o presente momento não existe cura para a EM e nem mesmo um tratamento que seja amplamente eficaz. As terapias atualmente disponíveis visam, principalmente, reduzir o número de surtos, retardar a progressão da doença e a incapacidade cognitiva observada, utilizando-se para isso fármacos antiinflamatórios e imunomodulatórios, como por exemplo, corticoides, interferon-β1a e -β1b, acetato de glatiramer e alemtuzumab. Desta forma, identificar terapias eficazes para o tratamento da esclerose múltipla é uma prioridade altamente relevante e um dos maiores desafios para a comunidade global. Neste contexto, os compostos de produtos naturais têm demonstrado um papel importante no desenvolvimento de novas drogas, principalmente compostos imunomoduladores e anti-inflamatórios. Produtos naturais são substâncias produzidas por organismos vivos, incluindo extratos vegetais e substâncias naturais, as quais podem ser isoladas e/ou identificadas de plantas, animais ou microrganismos. Nas últimas décadas, a procura por novos fármacos para EM a partir do estudo de substâncias naturais e plantas medicinais, tem aumentado significativamente, sendo identificadas várias substâncias com atividade farmacológica promissora. Assim, o objetivo deste presente trabalho foi realizar uma revisão de literatura dos aspectos farmacológicos dos fármacos já existentes e dos potenciais usos clínicos de novas substâncias naturais no tratamento da EM.