Os acidentes de trabalho se tornaram um grande problema de saúde pública no Brasil e a cada ano milhares de pessoas são afastadas do seu labor, o que gera um custo social muito alto. Porém, existem meios de se adequar o ambiente de trabalho de modo a melhorar as condições no qual o trabalho é desenvolvido. Desta forma, tem-se a ergonomia como um meio de adaptar o posto de trabalho, instrumentos, máquinas, ferramentas, jornada de trabalho, dentre outras. Partindo do exposto, o presente trabalho buscar-se-á traçar o perfil dos trabalhadores acidentados no polo moveleiro de Ubá-MG, visando discutir suas variáveis do ponto de vista ergonômico. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo realizado no Sindicato dos Marceneiros de Ubá-MG. Foram selecionados todos os dados de atendimento no ano de 2013. Para composição da amostra foram considerados apenas os trabalhadores acidentados e que possuíam amputação de alguma região corporal, totalizando 10 fichas. De acordo com os resultados todos os trabalhadores eram do sexo masculino, em sua maioria casados, com baixa escolaridade e desenvolviam suas atividades a mais de 1 ano na indústria.As máquinas com maiores índices de acidentes com amputação foram a serra circular e tupia. As funções desenvolvidas foram de operador de máquina e auxiliar de máquina. Em 100% dos casos foi emitido CAT. A maioria dos trabalhadores lesionados sofreram a perda de apenas um dedo, mas tiveram trabalhadores que perderam até três dedos, com prevalência para as amputações do 3º e 4º dedos. Através dos dados obtidos, do ponto de vista ergonômico, pôde-se verificar a necessidade de adequação dos postos de trabalho de modo a impedir que novos casos de mutilações aconteçam. Sugere-se inicialmente a Avaliação Ergonômica dos postos de trabalho, investimentos em treinamento, além do cumprimento da lei e das normas regulamentadoras como forma de impedir que novos trabalhadores sejam acometidos.

Palavras-chave: acidentes de trabalho; ergonomia; marceneiros; indústria moveleira.