Sistema Eletrónico de Administração de Conferências, VOL V (2020)

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO
Josafá Lima de Souza, Jaqueline Duque Kreutzelfeld Toledo

Última alteração: 2020-12-09

Resumo


Relatório de estágio supervisionado básico do acadêmico de psicologia Josafá Lima de Souza discente do 8° período sob supervisão da Professora Jaqueline Duque Kreutzelfeld Toledo. Este relatório abrange o período de 14 de setembro a 28 de novembro de 2020, com carga horária total de 60 horas e ocorreu no formato Presencial Na Instituição de longa permanência para Idosos Lar Lygia Cunha, em Rio Pomba, MG.

 

Objetivo do Estágio: Geral: Realizar um trabalho de observação e intervenção com baseado na aplicação dos conceitos estabelecidos pela Psicologia Institucional.

Objetivos específicos: Identificar as demandas emocionais dos residentes e colaboradores da instituição; propiciar uma conscientização dos papéis que compõem a instituição; Organizar os dados e fazer a devolutiva para a coordenação da instituição.

 

Público alvo: O Público alvo foi a instituição como um todo, desde os colaboradores aos residentes.

 

Práticas, procedimentos e Intervenções:

 

Atualmente a população Brasileira está passando por um processo de envelhecimento que vem ocorrendo contexto através de grandes mudanças na sociedade, cultura, economia, nas instituições, no sistema de valores e na configuração dos arranjos familiares. Junto com o crescimento desta população, vem as incertezas em relação às condições de cuidados que estes requerem (CAMARANO & KANSO, 2010).

 

De acordo com Papaléo-Netto 2007 Apud CORRÊA et.al (2012), Nas últimas décadas, a revolução tecnológica das vem promovendo uma transformação notória e significativa nas condições socioeconômicas e de saúde em todo o mundo. Em consequência, a diminuição das taxas de mortalidade e de natalidade acarreta o fenômeno de transição demográfica, com o aumento significativo no número de idosos. No Brasil 11,3% da população são formados por idosos. Esse rápido crescimento foi mais observado a partir do ano de 2005, quando as pessoas nascidas nas décadas de 1940 a 1950 começaram a atingir os 60 anos de idade (CAMARANO & KANSO 2010 Apud CORRÊA et.al 2012).

 

Até o início do século XX, a expectativa de vida era de 33,7 anos. No início da década de 50, atingiu a marca dos 43,2 anos e, em 2000, alcançou 68,5 anos. E as projeções apontam para 72 anos em 2025. Além disso, é significativo o percentual de pessoas com idade entre 80 ou mais anos. O número de centenários está projetado para aumentar 15 vezes, passando de 145 mil, em 1999, para 2,2 milhões de indivíduos em 2050.

 

Segundo Camarano & Kanso (2010) a legislação brasileira estabelece que o cuidado dos membros dependentes deve ser responsabilidade das famílias, mas as mesmas nem sempre possui condições para realizar este cuidado. Levando em consideração o conxtexto, uma das alternativas de cuidados não-familiares existentes corresponde às instituições de longa permanência para idosos (ILPIs), sejam públicas ou privadas.

É através de Bleger (1984) que a atuação em Psicologia Institucional é baseada, trazendo conceito de Psico-higiene, que objetiva o trabalho do psicólogo como a busca por gerar condições para a vida e a saúde nos grupos básicos de interação.

 

Este trabalho se deu através da observação direta do funcionamento da instituição de longa permanência para idosos. Isso permitiu que houvesse um contato com sua estrutura, as relações estabelecidas entre seus moradores e funcionários e as demandas apresentadas, a fim de conhece-las melhor. Na medida em que as  visitas eram feitas,  as funcionárias se apresentavam brevemente e com poucas palavras, fato que constatou uma introversão por parte da equipe de trabalho e uma falta de ânimo diante da presença dos estagiários. Tal fator remete a uma resistência explícita que foi alvo de investigação. Ainda nos primeiros encontros foi possível realizar também um trabalho de observação onde a instituição aparentava em estado tanto esmero quanto de hospital. Explicitamente não tinha problemas.

 

Todas instituições apresentam dois tipos de conteúdos: os manifestos e os latentes. Um exemplo de conteúdo manifesto é a o ato de demonstrar o cuidado com os idosos é um conteúdo manifesto, o que pôde-se perceber durante as visitas realizadas. Contudo, existem conteúdos latentes que precisaram ser investigados durante o trabalho realizado. Foi percebível que quando na medida em que acontecia o distanciamento da equipe de estágio em relação aos funcionários(as) da instituição, estes apresentavam sinais de estresse e impaciência ao realizar de suas atividades, fator que não era revelado na nossa presença (BLEGER, 1984).

 

A prática observacional dos acontecimentos e a compreensão dos seus significados, apontados por Bleger (1984) como uma indagação operativa, permitiu um trabalho de investigação que esclareceu situações, permitiu reflexões sobre acontecimentos e produziu uma meta-aprendizagem, abrindo caminho para intervenções futuras.

 

Competências e habilidades: Analisar o campo de atuação profissional e seus desafios contemporâneos; analisar o contexto em que atua profissionalmente em sua dimensão institucional, explicitando a dinâmica das interações entre os seus agentes sociais; avaliar fenômenos humanos de ordem cognitiva, comportamental e afetiva, em diferentes contextos; coordenar e manejar processos grupais, considerando as diferenças individuais e socioculturais dos seus membros; atuar, inter e multiprofissionalmente e de forma integralizada, sempre que a compreensão dos processos e fenômenos envolvidos assim o recomendar e; relacionar-se com o outro de modo a propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação profissional. Analisar a diversidade teórico-prática da Psicologia, compreendendo as teorizações mais apropriadas para a atuação do/a psicólogo/a institucional, compreendendo suas bases epistemológicas e metodológicas; Refletir e considerar sua responsabilidade, enquanto estagiário/a, na divulgação da prática do psicólogo/a institucional, reconhecendo suas competências e limitações em campo, reconhecendo a necessidade de supervisão, autocuidado e educação permanente.

 

Referências bibliográficas usadas como suporte:

 

BLEGER, J. (1984). Psico-Higiene e Psicologia Institucional. São Paulo: Artmed Editora.

 

CAMARANO, A.A.; & KANSO. T.L. (2010). As instituições de longa permanência para idosos no Brasil. Rio de Janeiro: Rev. Bras. Est. Popul. v.27. n.1. p.233-235. Recuperado em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-30982010000100014>.

 

CORRÊA, Jimilly Caputo et al. Percepção de Idosos em Instituiçoes de longa permanência. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia , 2012. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-98232012000100014>. Acesso em 09 Dez 2020.